domingo, 18 de dezembro de 2011

Acordos bem-sucedidos e decepções: um balanço dos negócios da dinastia Perrella


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Em 17 anos de Cruzeiro, a dinastia Perrella conquistou 23 títulos e 12 vices, em 80 torneios disputados. Foram 1.212 jogos, 633 vitórias, 274 empates e 305 derrotas, com 2.189 gols marcados e 1.364 sofridos, cravando um aproveitamento de 59,76%.

Nesse tempo, uma característica marcante da administração dos irmãos Perrella sempre foi o alto número de negociações de jogadores. O Superesportes realizou um levantamento das vendas e contratações mais ousadas dos últimos 17 anos, além das cifras mais elevadas.

No primeiro ano de Perrella à frente do Cruzeiro, em 1995, a diretoria investiu R$ 3 milhões em contratações, mas foram justamente os atletas que nada custaram ao clube que deram o maior retorno: Fabinho, Gelson Baresi e Paulinho Mclaren. A partir do ano seguinte, o novo presidente começaria a se destacar pela astúcia nas negociações, principalmente na venda de atletas.

Troca bem-sucedida com o São Paulo
Arquivo/EM
Palhinha veio em pacotão e deu certo


Em 1996, Zezé Perrella realizou uma das negociações mais emblemáticas em bem-sucedidas da história do Cruzeiro. O clube celeste cedeu ao São Paulo os jogadores Belletti, então com 19 anos, e Serginho, com 24, além do zagueiro Vanderci, em troca dos atletas Gilmar, Vítor, Donizete, Aílton e Ronaldo Luiz, além do passe definitivo de Palhinha. Com esses jogadores, mais Fabinho e Gelson Baresi, que vieram de graça do Flamengo no ano anterior, o Cruzeiro formou a base do time campeão da Copa do Brasil 1996 e da Libertadores 1997 sem gastar nada em contratações.

A primeira temporada de faturamento exorbitante

Em 1999, o Cruzeiro faturou alto com quatro vendas de peso para o futebol europeu. Fábio Júnior foi vendido por US$ 15 milhões para a Roma-ITA e Alex Alves foi para o Herta Berlim-ALE por US$ 9 milhões. O lateral Evanílson foi para o Borussia Dortmund por US$ 7 milhões, enquanto o goleiro Dida foi negociado com o Milan por US$ 3 milhões. A torcida celeste começava a se acostumar com a venda dos seus ídolos para o futebol europeu, por valores milionários.

As maiores vendas
 Juarez Rodrigues/Estado de Minas - 09/07/2000
Geovanni foi a maior venda da história

A maior venda da história do Cruzeiro foi realizada por Zezé Perrella. Trata-se do atacante Geovanni. Depois de marcar o gol do título da Copa do Brasil de 2000, o jogador foi negociado, em 2011, com o Barcelona, por US$ 18 milhões, aproximadamente R$ 46 milhões na época. Até hoje, essa é, em reais, uma das maiores negociações de um jogador de clube brasileiro na história.

Em 2005, Fred foi foi vendido para o Lyon por 15 milhões de euros e configurou a segunda maior negociação do Cruzeiro na era Perrella, seguida de Fábio Júnior, em 1999, por US$ 15 milhões, para a Roma. A negociação de Marcelo Moreno com o Shakhtar Donestk, da Ucrânia, foi a quarta maior da história celeste, por 9 milhões de euros.

As contratações mais caras

A contratação mais cara da dinastia Perrella no Cruzeiro foi a do argentino Sorín. Foram desembolsados US$ 5,08 milhões, em 2000, para trazer o jogador, que, até então, era do River Plate. Outro argentino, Walter Montillo foi o segundo maior investimento do clube, custando US$ 3,5 milhões, pagos à Universidad de Chile. O meia Pedro Ken foi o terceiro maior investimento – R$ 3,75 milhões – enquanto o zagueiro uruguaio Victorino foi contratado por US$ 2 milhões, mesmo valor desembolsado pelo atacante Thiago Ribeiro.
Tereza Correia/Estado de Minas-06/07/2001
Rincón veio de graça para o Cruzeiro


Estrelas gratuitas

Durante os 17 anos da era Perrella no Cruzeiro, o clube celeste contou com algumas estrelas no elenco gastando apenas com salários. Foi o caso de Alex, Edmundo, Rincón e Rivaldo, que já tinham o passe nas mãos. Os três últimos foram decepções, enquanto o primeiro tornou-se ídolo eterno da torcida.

Investimentos modestos em 2003

Os maiores investimentos de 2003, ano em que o clube conquistou a Tríplice Coroa (Campeonato Mineiro, a Copa do Brasil e o Brasileirão), foram o lateral-direito Maurinho (R$ 1,1 milhão), o zagueiro Edu Dracena (R$ 1,8 milhão), o volante Maldonado (R$ 2,2 milhões) e o volante/meia Martinez (R$ 2,25 milhões).

Decepções

Paulo Filgueiras/EM/D.A Press
Pedro Ken custou caro e não correspondeu
Nesses 17 anos de dinastia Perrella, o clube fez alguns altos investimentos que não deram retorno. A maioria foi aposta em atletas de pouca expressão, considerados promissores pela diretoria. Eis alguns deles: Pedro Ken (R$ 3,75 milhões), Elicarlos (R$ 1,4 milhão), Reinaldo Alagoano (R$ 1,2 milhão), Rômulo - atacante (R$ 1,3 milhão), Maicosuel (R$ 1,3 milhão), Javier Reina (R$ 1,5 milhão), Wanderley (R$ 2 milhões), Gérson Magrão (R$ 2 milhões) e Kieza (R$ 2 milhões).


As maiores vendas da dinastia Perrella:
Geovanni – US$ 18 milhões para o Barcelona-ESP, em 2001
Fred – 15 milhões de euros para o Lyon-FRA, em 2005
Fábio Júnior – US$ 15 milhões para a Roma-ITA, em 1999
Marcelo Moreno – 9 milhões de euros para o Shakhtar-UCR, em 2008
Alex Alves – US$ 9 milhões para o Herta Berlim-ALE, em 1999

As contratações mais caras da dinastia Perrella:
Sorín – US$ 5,08 milhões – River Plate (2000)
Walter Montillo – US$ 3,5 milhões (R$ 6,2 milhões) – Universidad de Chile (2010)
Pedro Ken – R$ 3,75 milhões por 80% - Coritiba (2010)
Victorino – US$ 2 milhões (R$ 3,3 milhões) - U. de Chile (2011)
Thiago Ribeiro – US$ 2 milhões (R$ 3,2 milhões) por 50% - Al-Rayyan (2008)

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