segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Moradores de Santa Tereza apreensivos

Desapropriações para alargamento de rua e construção de arranha-céu deixam moradores do bairro temerosos em relação ao clima de tranquilidade que sempre existiu no local


Um dos bairros mais tradicionais e charmosos de Belo Horizonte está sob pressão. E moradores temem que ele perca as suas características urbanas e sofra um processo de verticalização – com explosão imobiliária, trânsito congestionado e outros problemas que infernizam a vida de quem mora em bairros verticalizados da capital. “Santa Tereza é a bola da vez”, diz o consultor de projetos sociais Lincoln Barros, nascido e criado no bairro da Região Leste e certo de que a área deve ter um tratamento diferenciado, por ser residencial e pela vocação natural para a cultura. Nos últimos meses, foram várias as “ameaças”, mas poucas as informações para a comunidade, diz Lincoln, o que cria confusão, entre elas a construção de uma escola profissionalizante no Mercado Distrital, contrariando as normas da Área de Diretrizes Especiais (ADE), desapropriação do Bar do Orlando para alargamento da Rua Conselheiro Rocha e construção de uma torre de 85 andares, com 350 metros de altura, a exemplo das existentes em Dubai, Tóquio, Hong Kong e Nova York. A mudança de endereço do bar e restaurante Bolão é outra nota dissonante, já que traduz o espírito de arte e boemia da região. “O Santa Tereza é um bairro protegido e não pode virar um lugar de passagem”, defende Lincoln.

Na manhã de ontem, na Praça Duque de Caxias, ponto de efervescência do bairro, havia poucos moradores circulando. Mas quem passou por lá até por volta das 11h30 viu o resultado da noite anterior, quando ocorreu a edição do Jazz Festival Brasil, dedicada à guitarra e com público de cerca de 3 mil pessoas. “Nada contra o evento, muito pelo contrário. Mas, até esse horário, a prefeitura já deveria ter limpado o espaço público, que fica inviabilizado”, disse Lincoln, que integra o movimento Salve Santa Tereza. A imundície era completa, com garrafas de vidro nos passeios, bueiros cobertos de garrafas PET, papéis e outros resíduos.

O presidente da Associação Comunitária do Bairro Santa Tereza, Ibiraci José do Carmo, afirma que a pressão imobiliária se tornou realidade. “Santa Tereza sempre resistiu e ficou protegido, pois é amparado por lei municipal aprovada em 1993. A cidade cresce, o desenvolvimento aparece. Aí vem a pressão. O Bolão está aberto há tantos anos e hoje a proposta é a modernização, os grandes empreendimentos. Isso é inevitável e uma hora vai ocorrer. Mas, se a comunidade defender a preservação do bairro, não vamos perder. Há outros bairros que se tornaram locais de estresse, com falta de qualidade de vida. A segurança vai embora”, observa.

O dirigente da associação crê que a construção da torre de 85 andares, que, mesmo não estando dentro da ADE, poderá levar reflexos negativos ao bairro. Outro motivo de preocupação diz respeito à Rua Conselheiro Rocha, “que liga o nada a lugar algum”. Ibiraci diz que a prefeitura quer desapropriar a área, com prejuízo para o comércio e casas, “mas há outras opções mais viáveis. O bairro quer suas tradições preservadas e não deve ter essa passagem”. E mais: “Para esses projetos, deve haver consulta à comunidade. Muitas vezes, a visão da administração pública é uma, mas há soluções melhores. Com esse projeto, teria que haver intervenção na Vila Dias, que seria desapropriada, como também em residências e comércio, incluindo o Bar do Orlando e a Pizzaria Parada do Cardoso”. 

A proprietária da pizzaria, Maria Geralda Carvalho, moradora há 41 anos do bairro e dona do empreendimento há 17, acredita que os projetos sejam para o futuro. “Acho que isso não vai ser por agora, e vai demorar mais uns 15, 20 anos. Mas já vimos técnicos medindo a rua. “Tudo isso só vai diminuir o clima do bairro, que é o mais tranquilo da cidade. Aqui, você encontra de tudo e ainda tem a boemia. Sempre paro para olhar o pessoal sentado na pracinha”, diz a comerciante. Irmão do dono do Bar do Orlando, José Agostinho Siqueira ressalta que “querem desapropriar tudo, acham que asfalto é melhor”. Satisfeito com a tranquilidade do bairro, critica o projeto de alargamento da via pública. “Não sei para quê, se já tem a Avenida dos Andradas. Que diferença vai fazer alargar a Conselheiro Rocha? O local guarda a história. E como vamos fazer para passá-la às futuras gerações?”, questiona.

Escola
Outro ponto polêmico está na transformação do mercado distrital, desativado há anos, em escola profissionalizante para o setor automotivo, tendo à frente o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), vinculado à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Ibiraci explica que “alguns não querem a unidade educacional por afetar a ADE, que engloba o bairro inteiro”. A proposta da prefeitura, acrescenta, é pôr a Fiemg lá e usar o colégio estadual para aulas teóricas, enquanto no galpão do mercado haveria a parte prática do ensino. “Em toda a área externa seriam feitas pistas de cooper e de skate e espaço para educação física. As intervenções se dariam apenas no galpão do mercado. Jovens e adolescentes sairiam de lá empregados”, pondera.

O presidente da Fiemg, Olavo Machado, diz que a instituição vai respeitar a decisão da comunidade. “Se os moradores do bairro não quiserem a escola no Mercado Distrital, nós vamos fazê-la em outra localidade da capital. Já estamos estudando alternativas. Por enquanto, a comunidade de Santa Tereza está sendo consultada por meio de audiências públicas e não há previsão de quando a escola será implantada.”

Flexibilização da lei

O Conselho Municipal do Meio Ambiente de Belo Horizonte (Comam) já aprovou parecer para que seja avaliada a flexibilização da lei que transformou o bairro em Área de Diretrizes Especiais (ADE). A alteração é necessária para que o Mercado Distrital de Santa Tereza seja transformado em escola do Senai. Pela lei, esse tipo de empreendimento pode ocupar uma área de, no máximo, 400 metros quadrados, quando o mercado tem 6 mil metros quadrados, incluindo o estacionamento. A ADE de Santa Tereza foi regulamentada pela Lei 8.137/2000 e determina que, pelas características ambientais e da ocupação histórico-cultural do bairro, haja adoção de medidas especiais para proteger e manter o uso predominantemente residencial.

Lixo depois de festa incomoda

Quem saiu da missa, na manhã de ontem, na Igreja de Santa Tereza e Santa Terezinha, na Praça Duque de Caxias, deu de cara com a imundície: lixo por todo canto, inclusive encobrindo bocas de lobo nas esquinas. Ninguém reclamou da festa na noite anterior, mas muitos lamentaram a demora na limpeza do espaço público, que começou somente depois de meio-dia. “A população também deve se conscientizar e não sujar a praça. Este lugar é um ponto cultural por natureza”, diz o professor de filosofia e poeta Diógenes Miquelão Aquino, residente em Santa Tereza desde 2005. “Já morei em outros bairros de BH, mas este foi o melhor que encontrei. Só tenho medo da verticalização, de que aqui vire um Buritis.”

Nascida e criada em Santa Tereza, a balconista Regina Célia Honório, de 49 anos, também defende a integridade do bairro e sua preservação. “Estamos sob pressão e as tradições precisam ser mantidas”, observa. O comerciante Nivaldo Bicalho, do Mercadinho Bicalho, na Praça Duque de Caxias, diz que não se pode frear a evolução dos tempos. “Santa Tereza tem história parecida com os bairros Floresta e Santa Efigênia, merece um trato especial”, afirma Nivaldo, certo de que, quase ao meio-dia, a praça já poderia estar limpa e pronta para o lazer dos moradores.

HISTÓRIA
O bairro recebeu o nome de Santa Tereza em 1928, em homenagem à igreja na Praça Duque de Caxias. Considerado reduto boêmio da cidade e lugar preferido de artistas, que encontravam na noite inspiração para compor, o local ficou conhecido graças às casas de serestas e bares. Tiveram passagem pelas mesas do Bar do Bolão, que serve o suculento mexido chamado Rochedão, os integrantes do Clube da Esquina e as bandas Skank e Sepultura. Além da seresta, o carnaval representa grande atrativo e, nos últimos três anos, os bloquinhos fazem a festa do reinado de Momo, sem falar, claro, na tradicional Banda Santa, que arrasta multidões uma semana antes da folia.

QUATRO PONTOS POLÊMICOS

» MERCADO DISTRITAL
Proposta de transformação do Mercado Distrital de Santa Tereza, desativado há anos, em escola profissionalizante para o setor automotivo, do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), vinculado à Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg)

» RUA CONSELHEIRO ROCHA
O tradicional Bar do Orlando poderá mudar de endereço, depois de
33 anos no local. O motivo é a possível desapropriação do estabelecimento para alargamento da Rua Conselheiro Rocha

» BOLÃO
O Bar do Bolão, um dos mais tradicionais pontos boêmios de BH, está perto de mudar de endereço. A disputa milionária pela compra do imóvel, que há quase meio século abriga o bar, na Praça Duque de Caxias, caminha para o desfecho. A negociação se arrasta desde junho de 2011. O prédio poderá virar um casarão cultural

» TORRE
Mesmo estando fora da Área de Diretrizes Especiais (ADE) de Santa Tereza, o projeto de construção de uma torre de 85 andares e 350 metros de altura, na Avenida dos Andradas, poderá ter efeitos negativos no bairro.

Fonte: http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/09/30/interna_gerais,454453/desapropriacoes-e-arranha-ceu-deixam-moradores-de-santa-tereza-apreensivos.shtml

Morre no Rio o ator e político Claudio Cavalcanti, de 73 anos

O secretário Municipal de Defesa dos Animais morreu no fim da tarde deste domingo por complicações cardíacas. Ele estava internado desde o dia 16, para realizar uma cirurgia na coluna

O ator e secretário Municipal de Defesa dos Animais, Claudio Cavalcanti, de 73 anos, morreu no fim da tarde deste domingo (29), em um hospital, no Rio de Janeiro.

De acordo com a Prefeitura do Rio, Cláudio foi internado no Hospital Pró-Cardíaco para a realização de uma cirurgia na coluna cervical. No local, porém, teve complicações cardíacas. A morte, segundo a unidade médica, foi confirmada às 17h45. Cavalcanti estava internado desde o dia 16 deste mês.

Nome importante do cenário artístico brasileiro, o artista e político já trabalhou como ator, diretor de TV, produtor teatral, escritor, tradutor, cantor, dublador e radialista. Atualmente, ele trabavalha como secretário municipal de Defesa dos Animais do Rio.

Um último trabalho de Claudio, ainda inédito, será exibido pelo canal a cabo GNT: trata-se da segunda temporada de "Sessão de Terapia". A estreia está prevista para o dia 7.

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Família vive com oito tigres e duas leoas em casa no Paraná

Sabendo que um tigre adulto pesa, em média, 300 quilos e que, apesar do tamanho, pode aproximar de suas presas em completo silêncio e atacá-las em curta distância usando de seus dentes e garras, que são os maiores entre os carnívoros terrestres, e que a força da sua mordida é uma das mais fortes entre todos os felinos, você teria um animal deste em casa? Pois a família Borges, residente em Maringá, no interior do Paraná, convive em harmonia com oito tigres, que pesam entre 300 e 400 quilos, e duas leoas em casa. 

A história começou há oito anos anos quando Ary Borges, proprietário de um canil, resgatou um casal de tigres em um circo. A partir daí, os laços só estreitaram. Hoje, sua mulher, três filhas e a neta de alguns meses brincam, dão mamadeira e até nadam com os bichos na residência da família. A filha de Ary, Uyara Borges, acha que a boa relação com os animais selvagens, que são mansos, ela garante, foi adquirida a partir do instinto maternal. Domingo é dia de mamadeira na casa e todos - os humanos e os selvagens - adoram! “Eles amam carne, mas é a mamadeira a grande paixão. A amamentação é o que aproxima eles da gente, que ficam mais carinhosos deixam a gente beijar, acariciar e até apertar neste momento”, explica ela. Normalmente, até completar um ano, os filhotes vivem dentro de casa. A partir daí, Uyara conta que eles ficam muito serelepes e uma das coisas que costumam fazer é pular o muro. A saída é colocá-los, durante o dia, em um recinto cercado. “Todo dia, depois do horário comercial, soltamos eles pra brincar, nadar, gastar energia”, conta ela. Cerca de 10 pessoas, entre familiares e funcionários, ficam por conta dos animais. 

Para arcar com os custos, que chegam a R$50 mil mensais quando não há nenhum felino doente, eles mantêm um canil com hospedagem, adestramento e aluguel de cães de segurança e abrem a casa para visitação educacional cobrando ingressos, que custam R$1,5 mil para um grupo de seis pessoas. Os tigres também trabalham em novelas, filmes e fotografam para catálogos de moda. 

Todo mundo da família já se machucou e quase todos os visitantes já saiu com uma arranhão. “Isso acontecia mais quando eles eram filhotes. As brincadeiras dos tigres são pesadas e eles não têm muita noção. Mas todo mundo sai daqui achando lindo que levou um arranhão de um tigre”, diverte-se a filha de Ary. O próximo passo é enfrentar uma briga contra o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que impõe a castração de animais criados em cativeiro. Em fevereiro deste ano, a Justiça Federal decidiu pela vasectomia de todos os animais criados na casa baseado na Instrução Normativa 13, de 6 de dezembro de 2010, do Ibama. A família é contra, pois teme a extinção da espécie. 

O plano agora é abrir um parque ecológico na cidade para que os bichos tenham mais espaço. “Não queremos por na cabeça das pessoas ´tenham um tigre em casa´, mas como estão próximos da extinção, apoiamos quem têm condições de criar em cativeiro. Atualmente, um tigre vale mais morto do que vivo.” diz Uyara referindo-se à venda de pele, unhas e dentes da espécie que movimenta milhares de dólares na internet.  

Alimentos mais importantes para sua saúde

Descubra algumas das comidas ideais para a nutrição do organismo e aprenda o quanto delas é necessário comer para obter benefícios

Todo mundo sabe que uma dieta equilibrada e rica em alimentos nutritivos é fundamental para a boa saúde do nosso corpo. Mas grande parte das pessoas ainda não tem ideia de quais são os tipos de comidas mais saudáveis e, principalmente, qual é quantidade ideal que deve ser incluída na dieta para conseguir os benefícios que eles realmente oferecem.

Os melhores alimentos são geralmente ricos em antioxidantes e pobres em gorduras, principalmente gordura saturada, evitando o mau colesterol. Eles são supervitaminados e impedem danos às células saudáveis, podendo prevenir o envelhecimento, melhorar a memória, o aspecto da pele e muito mais.

O site "Goodnet" listou algumas das opções que, além dos benefícios adicionais, são as mais saborosas. Fica a dica para quem deseja ter uma ideia do que não pode ficar de fora do cardápio e precisava de um bom incentivo para cuidar melhor da saúde alimentar. Então, corra até o supermercado e faça seu estoque!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Parque Municipal de BH completa 116 anos e oferece atrações nesta quinta-feira

Apresentação de coral e exposições de plantas e fotografias de outras áreas verdes da capital marcam a comemoração

Às 10h, o coral da Organização dos Aposentados e Pensionistas da UFMG (OAP UFMG) vai se apresentar próximo à administração do parque. Quem passar pelo local nesta quinta-feira poderá conferir, de 9h às 15h, a exposição de plantas medicinais do acervo do Parque Municipal. 

Por meio do acervo biológico do parque, é possível conhecer a coleção de sementes e exemplares exóticos e nativos do parque, além de amostras de flores e folhas desidratadas para fins de pesquisa. Há também a caixa de borboletas e outros insetos que foram encontrados sem vida no parque, além do terrário para criação de lagartas. Nesta quinta, estarão expostas fotografias da fauna e da flora de outros parques gerenciados pela Fundação de Parques Municipais de Belo Horizonte. 

Inaugurado em 26 de setembro de 1897, o Parque Américo Renné Giannetti tem 182 mil metros quadrados. A área abriga 250 espécies de árvores e 330 plantas ornamentais de diferentes partes do Brasil e do mundo. No local, é possível ter contato com 50 espécies de aves, além de mamíferos e peixes. O Parque Municipal de BH recebe 300 mil pessoas por mês.

Bolão de Santa Tereza prepara mudança

Um dos marcos do bairro boêmio da capital deve dar lugar a outro estabelecimento, com venda do imóvel

O Bar do Bolão, um dos mais tradicionais pontos boêmios da capital mineira, está próximo de mudar de endereço. A disputa milionária pela compra do imóvel, que há quase meio século abriga o bar, na Praça Duque de Caxias, no Bairro Santa Tereza, Leste de Belo Horizonte, caminha para um desfecho. A negociação se arrasta desde junho de 2011. Há duas propostas de R$ 2,5 milhões, e uma delas pode ser aceita nos próximos dias.

O produtor cultural e ator Mauro Maya é um dos interessados no imóvel e já investiu em um projeto arquitetônico para a criação de um casarão cultural, aos moldes da Lapa, no Rio. Para isso, segundo a arquiteta Edwiges Leal, será preciso restaurar o edifício para a instalação de um espaço de espetáculos e cervejarias. “Haverá uma programação com shows de samba de raiz, MPB e música mineira”, diz. A ideia é reaproveitar os 70 funcionários que hoje trabalham para o Bolão como garçons, além de fazer uma homenagem à boemia da capital, com um memorial sobre o bar.

O projeto, que custará cerca de R$ 5 milhões, prevê a demolição de paredes internas e a recuperação de elementos originais das fachadas. Ele foi aprovado pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural, em agosto, quando apareceu a segunda proposta de compra. “Estava negociando e alguém quis comprar na minha frente. Essa pessoa até se ofereceu para revender para mim. Mas já gastei muito dinheiro com isso, quero valorizar o patrimônio afetivo que é o Bolão”, conta Maya.

O empresário Alexandre Pampolini é apontado como o outro interessado no imóvel. Ele é dono da casa de shows sertanejos Wood's. Ao ser questionado sobre a intenção de compra, se mostrou surpreso: “Essa informação já vazou?”. Em seguida, desconversou: “Não posso confirmar nada. Você deve estar me confundindo com outro Alexandre”.

Ainda não se sabe qual o projeto dele, caso ganhe a disputa pelo imóvel. Três dos 15 herdeiros do edifício, tombado em abril de 2011, confirmaram que estudam as duas propostas, mas segundo um deles, Flávio Freitas, “nada foi formalizado ainda”.

Com a concretização da venda, o Bar do Bolão deve mudar para um prédio na mesma praça. Sílvio Eustáquio Rocha, um dos sócios, conta que só ouviu especulações sobre compradores, mas que não foi comunicado oficialmente. Um imóvel de sua família, no mesmo quarteirão, está à venda por R$ 1,4 milhão há seis meses. Rocha ainda tem esperança de conseguir vendê-lo para comprar o edifício onde hoje fica o bar. Se isso não ocorrer, o estabelecimento deve ser transferido para lá. “Ainda há expectativa, porque a tradição do Bolão é aqui. Mas o financiamento é difícil”, diz.

José Maria Rocha, cujo apelido dá nome ao bar, foi trabalhar com seu pai, José Rocha Andrade, um ano depois que o estabelecimento foi aberto na Praça Duque de Caxias, em 1961. No atual imóvel, o bar funciona há 44 anos. “É toda uma vida aqui. Não gosto de falar sobre a venda, pois dá vontade de chorar. Espero que isso se resolva logo, pois tem sido uma tortura. Não temos o dinheiro suficiente para comprar”, afirmou Bolão, criador do prato “Rochedão”, que ganhou fama até fora do país.

A corretora de seguros Maria Santiago, de 61, a “Kryolla”, como se intitula, diz que frequenta o bar desde que era adolescente, quando ia com seus pais e irmãos almoçar. “Nasci no Santa Tereza e o Bolão é parte do bairro. É um ponto de referência que se tornou conhecido dentro e fora do país. Mudar o Bolão de endereço é o mesmo que tirar o Pirulito da Praça Sete. Até que já fizeram isso, mas não deu certo.”

O músico Wagner Junio Ribeiro, de 28, que mora no Bairro São Pedro, Centro-Sul de BH, afirma que pelo menos uma vez por semana vai ao bar. “Se o Bolão for para o outro lado da praça, já não é a mesma coisa. O bar aqui é uma referência cultural, histórica e turística. O interesse econômico não pode estar acima da população”, criticou.


Outros tempos

Cozinha de talentos

Pedro Ferreira
Por décadas o Bolão foi caminho certo para boêmios que iam ver o sol nascer do segundo andar do bar. À mesa estavam sempre a cerveja gelada e um suculento prato para repor as energias. Bandas como Sepultura e Skank, músicos como Milton Nascimento, Fernando Brant, Márcio e Lô Borges têm suas histórias ligadas ao Bolão, para onde iam atraídos pelas comidas simples e saborosas, como o famoso Rochedão (arroz, feijão, ovo, carne e acompanhamentos à escolha). Nas paredes ficam expostos mais de 160 relógios e discos doados pelos “filhos” famosos.

O abraço de uma mãe é poderoso!

Poderia ser uma tragédia e eu me comovi ao me colocar no lugar da mãe. Foi um milagre e me comovi ainda mais. Pra quem acredita em Deus foi isso mesmo que aconteceu. Um milagre motivado pelo amor de uma mãe. Pra quem não acredita, as explicações são outras. Mas não importa qual a explicação. O que importa é que um bebê dado como morto voltou a vida depois de um abraço da mãe.

O caso aconteceu na Austrália. Uma mulher teve gêmeos e tudo parecia bem, apesar de as crianças serem prematuras. Mas não estava nada bem. Depois do parto, médicos e enfermeiros se debruçaram sobre um dos bebês e passaram 20 minutos tentando reanimá-lo. Como não conseguiram, deram a triste notícia para mãe. Ela pediu pra ficar com a criança no colo, pra se despedir. Foram duas horas abraçando e acariciando o filho quando, de repente, ele começou a se mexer e dar alguns sinais de vida. Os médicos disseram que se tratava de suspiros, normais nessa situação, e garantiram que ele estava morto. Em seguida, a mãe colocou leite na ponta dos dedos e deu na boca do bebê. Surpresa geral no quarto do hospital: o bebê abriu os olhos e segurou o dedo da mãe. Não havia mais dúvidas: ele estava vivo!

Hoje a mãe dá entrevistas e depoimentos sobre a importância do método "canguru", que valoriza o cuidado pele a pele com bebês doentes e prematuros. O fato é que ela agiu de maneira instintiva. Como um animal faz com seu filhote. E deu certo! A pele da mãe, o som do coração dela batendo, o cheiro, o leite. Não sou especialista no assunto pra dizer o que fez o bebê acordar. Mas, como mãe, teno certeza que o nosso carinho com nossos filhos cura. Salva. Que história linda! Espero que vocês também se emocionem.

quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Lei Maria da Penha não consegue reduzir homicídios de mulheres


A Lei Maria da Penha não teve impacto sobre a quantidade de mulheres mortas em decorrência de violência doméstica, segundo constatou um estudo sobre feminicídio, divulgado hoje (25) pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea), na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara. De acordo com os dados do instituto, entre 2001 e 2006, período anterior à lei, foram mortas, em média, 5,28 mulheres a cada 100 mil. No período posterior, entre 2007 e 2011, foram vítimas de feminicídio, em média, 5,22 mulheres a cada 100 mil.

Entre 2001 e 2011, estima-se que cerca de 50 mil crimes desse tipo tenham ocorrido no Brasil, dos quais 50% com o uso de armas de fogo. O Ipea também constatou que 29% desses óbitos ocorreram na casa da vítima – o que reforça o perfil das mortes como casos de violência doméstica.

Feminicídio é o homicídio de mulheres em decorrência de conflitos de gênero, geralmente cometidos por um homem, parceiro ou ex-parceiro da vítima. Esse tipo de crime costuma implicar situações de abuso, ameaças, intimidação e violência sexual. 

Para o Ipea, o decréscimo em dez anos é "sutil" e demonstra a necessidade da adoção de outras medidas voltadas ao enfrentamento da violência contra a mulher, à proteção das vítimas e à redução das desigualdades de gênero.

Em relação ao perfil das principais vítimas de feminicídio, o Ipea constatou que elas são mulheres jovens e negras. Do total, 31% das vítimas têm entre 20 e 29 anos e 61% são negras. No Nordeste, o percentual de mulheres negras mortas chega a 87%; no Norte, a 83%.

Entre os estados brasileiros, o Espírito Santo é o que mais registrou assassinatos de mulheres entre 2009 e 2011, 11,24 a cada 100 mil – muito superior à média brasileira no mesmo período. Em seguida, outros estados com alta incidência de homicídios de mulheres foram a Bahia (9,08), Alagoas (8,84) e Roraima (8,51).

Em contrapartida, os estados com a incidência mais baixa foram Piauí (2,71), Santa Catarina (3,28), São Paulo (3,74) e Maranhão (4,63). No caso do Piauí e do Maranhão, o Ipea estima que a baixa incidência seja decorrente da deficiência de registro.

De acordo com o Ipea, 40% de todos os homicídios de mulheres no mundo são cometidos por um parceiro íntimo. Em relação ao homem isso não ocorre. Apenas 6% dos assassinatos de homens são cometidos por uma parceira.

Belo Horizonte já tem terceiro horário de pico


Problema, antes só no entorno das escolas, se expande para corredores de tráfego

Filas de carros pelas ruas, motoristas que descontam sua impaciência em buzinas estridentes e disputas por espaço em ônibus lotados. Esse é o cenário clássico de um horário de pico em grandes cidades, e é o que os belo-horizontinos estão tendo que enfrentar, agora, três vezes ao dia. Isso porque o crescimento do número de vagas noturnas em cursos superiores se somou ao aumento de veículos, criando uma nova hora do rush na capital, entre 22h e 23h.

A lentidão é mais frequente em regiões com grande concentração de universidades, mas já começa a atrapalhar o tráfego também nos grandes corredores. Na avenida Antônio Carlos, por exemplo, a volta para casa causa retenção, principalmente na altura da barragem da Pampulha. Na Cristiano Machado, o problema maior é em frente ao Minas Shopping, uma vez que o horário da saída das universidades coincide com o fechamento do shopping.

A explicação para a maior atividade noturna está mesmo no maior número de estudantes nesse horário. Em 2004, foram efetivadas 2,4 milhões de matrículas no horário noturno, no país, segundo o Censo da Educação Superior. No último levantamento, em 2011, esse número passou para 3,6 milhões, um aumento de 48%. Grande parte desses novos estudantes refletem em novos cidadãos motorizados. A frota de automóveis em Belo Horizonte cresceu 68% em sete anos (2005 a 2012). Já o número de motocicletas mais que dobrou no mesmo período, com uma alta de 131%.

Decepção. Quando se mudou para o Buritis, na região Oeste, em 2000, o comerciante Michel Habalem, 41, não imaginava que anos depois enfrentaria congestionamentos constantes depois das 22h. “Passar pela Mário Werneck é um transtorno. Você vai gastar mais de 35 minutos em um trecho que antes levava cinco”, reclama.

Congestionamento certo também encontra quem precisa passar nesse horário pela rua da Bahia, no Lourdes, região Centro-Sul. “Moro na Espírito Santo e para chegar em casa nesse horário enfrento congestionamento. Se for sair, pego trânsito na própria rua de casa”, afirma.

O consultor em trânsito e transporte Silvestre de Andrade explica que essa maior movimentação no período noturno é uma tendência. “O sistema viário é o mesmo, com isso, se sobe o número de pessoas na rua, é natural que ocorra o mesmo nos horários de pico da manhã e da tarde. Mas vale lembrar que a hora do rush noturna ainda é menos intensa e tem uma duração menor que as demais”.

Segundo a empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), o aumento do fluxo no horário noturno está previsto no Plano de Mobilidade (PanMob-BH). Segundo a empresa, uma das principais ações para atenuar os impactos é a entrada em operação do Move (nome dado ao BRT, transporte rápido por ônibus), previsto para fevereiro de 2014.

Feliz Natal: Fim de ano terá 233 mil novas vagas de trabalho

Metade dos temporários vão receber apenas o salário mínimo

As festas de fim de ano vão gerar 233 mil vagas em todo o país, mas elas serão em boa parte informais: 43% dos empresários que vão contratar admitem que os temporários não terão carteira assinada. Os dados são de pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), feita com 731 empresários dos setores de comércio e serviços, em todas as capitais do país.

Apenas 14,2% dos trabalhadores temporários devem ser efetivados, e o perfil do profissional procurado é a mão de obra jovem, entre 18 e 24 anos, disposta a receber em média um salário mínimo (R$ 678). No geral, 50% dos trabalhadores temporários irão receber esse valor. Já 32% dos empresários devem pagar salário mínimo mais comissão, e 39%, de dois a três salários mínimos.

“O comércio dá oportunidades à mão de obra jovem, com pouca ou nenhuma experiência, o que dá ao empresário a oportunidade de treinar um profissional de baixo custo”, avalia o presidente da CNDL, Roque Pellizzaro Junior.

As principais funções exercidas por esses trabalhadores temporários serão: vendedor (32%) caixa (16%) e estoquista (13%).

A maior parte dos empresários do comércio (86%) pretende fazer contratos de no máximo três meses, e 19% deles já fez contratações, enquanto 48% irá contratar a partir de novembro, 27% em outubro, e 5% em dezembro. Para 46% dos empresários, a tarefa de encontrar mão de obra qualificada não será fácil, enquanto 13% consideram que terão facilidade em encontrar os profissionais requisitados.

terça-feira, 24 de setembro de 2013

Ao lado de Newton Cardoso, Clésio Andrade confirma pré-candidatura pelo PMDB

Pré-candidato do PMDB ao governo de Minas, o senador Clésio Andrade afirmou na segunda-feira (23) que existe a possibilidade de ele apoiar a candidatura do senador Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República. Para o peemedebista, ele dará palanque “a quem apoiar sua candidatura ao governo”.

A declaração pode abrir um conflito entre o senador e a bancada estadual, já que os deputados mineiros fazem oposição há doze anos ao governo tucano. Além disso, a bancada vê como “natural” uma dobradinha com o PT no pleito do ano que vem.

“Há muitos anos não existe mais a vinculação partidária. O plano nacional é diferente do estadual”, declarou o senador destacando que tanto Dilma Rousseff (PT) quanto Aécio podem subir em seu palanque. Ele não acredita que a executiva nacional intervenha na sucessão em Minas.

Ontem, Clésio almoçou com a bancada estadual quando se colocou como o candidato de terceira via ao governo de Minas e prometeu uma campanha propositiva.


PMDB e PT

O ministro da Agricultura, Antônio Andrade (PMDB), estaria sendo sondado para ser o vice na chapa do ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel (PT), ao Palácio Tiradentes.

Questionado sobre a possibilidade de dobradinha com o PT, ele negou que as conversas existam.
“Não existe essa discussão (chapa com o PT). Em algum momento vamos discutir, mas sob condições de segundo turno”, declarou Clésio que rechaça qualquer discussão em torno da vaga de vice.

O senador também destacou que sua “proximidade” com Aécio pode contribuir para o estado, caso ambos sejam eleitos.

Segundo Clésio, PSDB, PRTB e PTB são os partidos com os quais ele tem conversado para fechar uma aliança.

Por outro lado, o deputado estadual Adalclever Lopes (PM DB) declarou que as bases decidirão sobre a candidatura própria ou uma aliança entre PT e PMDB. “O PMDB pode ter candidatura própria, mas a estratégia com o PT é comum, a gente enxerga isso na base”.

Quanto à proporcional, Adalclever disse que, por enquanto, a bancada pretende não fazer coligação.
Quanto à vaga no Senado, o ex-senador Hélio Costa e o deputado federal Newton Cardoso se colocaram à disposição, segundo Clésio.

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

BH tem o dia mais quente do ano com 36°; pancadas de chuva não estão descartadas

Precipitações podem atingir a capital hoje e amanhã, mas sensação de calor permanece. Na Zona da Mata, há possibilidade de temporais e chuva de granizo

A primavera chegou acompanhada de muito calor em Belo Horizonte e em diversas regiões do estado. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) , a capital mineira registrou, nesta segunda-feira, a maior temperatura do ano na estação meteorológica da Pampulha, com 36º graus, entre 12h e 13h. Os termômetros bateram o recorde da tarde de ontem, quando a máxima chegou a 34,5º.

Segundo o meteorologista Jorge Luiz Moreira, do Inmet, as maiores temperaturas são registradas nos meses de primavera, entre setembro e outubro, logo antes do início do período das fortes chuvas, e não no verão, como muitos acreditam. “Nesta época, há menos umidade disponível e, por isso, ocorrem picos na temperatura. Já no verão, o grande aumento da umidade e nebulosidade trazem a chuva e regulam a temperatura”, explica.A possibilidade de pancadas de chuvas não estão descartadas para hoje e amanhã na capital, pois, em consequência do calor, a umidade aumentou um pouco, favorecendo a formação de nuvens. “São chuvas rápidas e passageiras, e a sensação de calor permanece, com um desconforto ainda maior depois”, diz o especialista.

Há previsão de chuva, ainda, para as regiões Sul de Minas, Triângulo Mineiro - principalmente em áreas limites com o estado de São Paulo – e no Vale do Rio Doce em pontos isolados. Na Zona da Mata e cidades limites com o estado do Rio de Janeiro, há possibilidade de temporais e até chuva de granizo.

Marcus Pestana: Os limites da economia brasileira hoje

Coluna  de Marcus Pestana

Entre 1974 e 1994, a economia brasileira viveu crises permanentes envolvendo estrangulamentos externos, recessões e inflação crescente.


O Plano Real foi um divisor de águas. A partir daí, profundas mudanças estruturais seriam introduzidas. Foram privatizadas várias estatais. A quebra do monopólio da Petrobras lançou o setor petrolífero nacional em novo patamar. A venda dos bancos estaduais, a responsabilidade fiscal, a renegociação da dívida de Estados e municípios, a cultura do respeito aos contratos lançaram bases sólidas. O tripé câmbio flutuante, austeridade fiscal e metas inflacionárias estabeleceu pilares macroeconômicos permanentes.

Em 2002, diante da iminente vitória de Lula, a economia brasileira foi vítima de agressivo ataque especulativo. Iria o PT implantar o programa que povoou seu discurso em mais de 20 anos de existência? Haveria calote na dívida externa e reversão das privatizações? Advertido da complexa e delicada situação por FHC, Lula publicou a Carta aos Brasileiros em 22 de junho de 2002, para tranquilizar os agentes econômicos. Mais, após a vitória, nomeou na presidência do Banco Central o deputado federal do PSDB-GO e ex-dirigente do Banco de Boston Henrique Meireles. A sinalização era clara, o PT no poder não daria o prometido cavalo de pau na economia brasileira.

A conversão à nova postura programática não foi acompanhada da correspondente autocrítica e as convicções eram frágeis. O caminho de Damasco não foi percorrido. A inflação permaneceu sob controle e o Brasil surfou nos fortes impulsos vindos da economia mundial. Mas a agenda de reformas foi interrompida e o país perdeu oportunidades.

Os anos Dilma representam uma ruptura em relação à cultura instalada. Diante da grave crise internacional, aflorou um intervencionismo ativo e desorganizador. Expansionismo fiscal mascarado pelos malabarismos da “contabilidade criativa”. Desonerações pontuais ao invés de uma verdadeira reforma tributária e fiscal. Agressiva política de crédito subsidiado através do BNDES, na chamada escolha de “campeões globais”, como Eike Batista. E a voluntariosa política para o setor elétrico, desarrumando um segmento estratégico que funcionava bem.

O represamento artificial dos preços da gasolina e diesel, somado à péssima gestão na Petrobras, comprometeu o desempenho da maior empresa brasileira, respingou no setor de açúcar e álcool e, ao zerar a Cide, tirou de Estados e municípios recursos que bancavam a manutenção das estradas. A adesão tardia e sem convicção às parcerias com o setor privado despertou desconfianças.
Resultado: crise de expectativas, inflação alta, taxa de investimento raquítica, PIB medíocre, estrangulamento fiscal de Estados e municípios, deterioração das contas externas.

Só uma vigorosa mudança de rumos pode descortinar horizontes mais ambiciosos para a economia brasileira.

Concursos oferecem 22.219 vagas e salário de até R$ 15,7 mil

É preciso que o candidato fique atento para não perder os prazos, porque, em alguns casos, as inscrições terminam nesta segunda-feira (23/9)

As esperanças para quem quer concorrer a uma vaga no serviço público estão sendo renovadas. A semana começa com 22.219 oportunidades disponíveis em 56 concursos espalhados pelo país. São certames em instituições federais, estaduais e municipais, para todos os níveis de escolaridade. Os salários vão de R$ 678 a R$ 15,7 mil. Mas é preciso que o candidato fique atento para não perder os prazos, porque, em alguns casos, as inscrições terminam nesta segunda-feira (23/9), como, por exemplo, nos concursos para a Advocacia-Geral da União (AGU), um dos mais procurados, para a Fundação Nacional de Saúde (Funasa) e para a Agência Nacional do Cinema (Ancine).

O que tem movimentado mais os cursos preparatórios é o da Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF), que termina na quinta-feira (26/9). Segundo o professor Gladson Miranda, de Direito Penal, a quantidade de alunos interessados ficou acima das expectativas. Para quem está estudando, nessa reta final, o importante é manter o foco em matérias que valem mais pontos. “E jogar pesado nas específicas”, reforça. No caso da PCDF, para as provas subjetivas, o candidato deve se preocupar com as “legislações extravagantes”, ou seja, as leis especiais sobre drogas, Estatuto do Idoso e Lei Maria da Penha.

UFMG desenvolve sistema que alerta sobre risco cardíaco com antecedência

Grupo da UFMG tenta criar método de prognóstico usando bactérias modificadas para alertar risco cardíaco grave. Projeto CardBio está inscrito em competição mundial de sistemas biológicos do MIT

Na primeira colocação entre as principais causas de morte no mundo desde 2000, as doenças cardiovasculares – como infartos e acidentes vasculares cerebrais (AVC) – vitimaram 17 milhões de pessoas em 2011, segundo os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS). O peso do problema para a saúde pública foi decisivo para que um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) se unisse para propor uma solução capaz de identificar, com antecedência, os riscos do paciente ter uma Síndrome Coronariana Aguda (SCA).

“Hoje só se detecta o problema quando a pessoa já passou por algum evento. Depois que ela tem um infarto, são medidos marcadores no sangue como a troponina e creatina quinase para constatar que o que ocorreu realmente foi um infarto”, explica Clara Guerra Duarte, pós-graduada em bioquímica e uma dos 13 integrantes do grupo multidisciplinar envolvido na pesquisa. A proposta da equipe é desenvolver um prognóstico que vai poder alertar, com até um mês de antecedência, sobre os riscos de um problema cardíaco grave. “Para isso, vamos usar bactérias geneticamente modificadas”, explica a mestranda do departamento de Bioquímica e Imunologia da UFMG, Marianna Kunrath Lima.

O projeto batizado de CardBio é um dos três brasileiros que estão inscritos no iGEM, competição mundial de sistemas biológicos geneticamente modificados promovida desde 2003 pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT, na sigla em inglês). “O iGEM foi criado para promover a biologia sintética que vai combinar biologia e engenharia para projetar e construir novas funções em sistemas biológicos para aplicação em várias áreas”, explica Marianna.

O grupo agora corre atrás de patrocinadores para participar da fase eliminatória que ocorre no Chile entre 4 e 6 de outubro. No ano passado, a equipe vencedora apresentou uma bactéria capaz de detectar se a carne está podre. “Quando está imprópria para o consumo, a carne começa a liberar alguns compostos voláteis. A bactéria é sensível a esses compostos e, quando os detecta, muda de cor indicando que está ruim”, conta Marianna. A ideia já virou até produto.

A lógica dos pesquisadores da UFMG é parecida com esse processo. Durante a formação das placas ateroscleróticas – acúmulo de gordura na parede das artérias responsável pela redução do fluxo sanguíneo – são liberados biomarcadores no sangue, à semelhança do que a carne podre faz com os compostos voláteis. “Elegemos três deles como alvo da pesquisa que são o BNP, TMAO e IMA (veja quadro ao lado). Nosso objetivo é desenvolver um dispositivo capaz de identificar esses múltiplos biomarcadores e informar se a pessoa está em risco”, explica Clara.

Esse mecanismo de identificação será implantado dentro de uma bactéria. “Vamos alimentá-la com informações. Entre elas, os níveis desses biomarcadores. Ela irá processar e vai gerar uma saída”, acrescenta a pesquisadora. A opção por três biomarcadores visa aumentar ainda mais a confiabilidade do resultado. “Nenhum deles é perfeito isoladamente. Se tiver só um aumentado, pode haver outras causas que não sejam necessariamente cardíacas”, observa Marianna.

SENSOR DE PROBLEMA

Se a pessoa tem muito TMAO, por exemplo, o biomarcador vai interagir com outras proteínas dentro da bactéria que culminará em subprodutos. “Na sequência genética da bactéria, há um promotor (responsável por regular a expressão do gene). Quando ele é ativado, faz com que o gene produza uma proteína capaz de reportar o que ocorreu”, explica a Marianna. Essa proteína é fluorescente e fará com que a bactéria ganhe cor. “Vamos quantificar essa fluorescência por meio de um equipamento chamado de fluorímetro que vai quantificar esse comprimento de onda”, observa Clara.

Cada biomarcador irá gerar uma fluorescência de cor distinta para que possa ser identificado aquele que está alterado. “Se todos eles estiveram alterados simultaneamente, é possível calibrar o fluorímetro para ler cada uma das cores de forma isolada”, explica Clara. A bactéria já está formada e agora passa por ajustes. “Já construímos o dispositivo, colocamos o promotor, a proteína e já estamos fazendo alguns testes in vitro. Temos agora que fazer as especificações dessa máquina biológica”, antecipa Clara.

PREVENÇÃO

Para a coordenadora do projeto CardBio e professora do departamento de Bioquímica Liza Felicori, identificados os biomarcadores alterados, uma série de medidas poderiam ser tomadas para retardar e até evitar o infarto ou angina, por exemplo. “Poderiam ser feitos exames para identificar se já existe calcificação e realizadas inclusive mudanças comportamentais como a alimentação”, observa. Em relação ao que já existe hoje na área de prognóstico, Liza acredita que a bactéria trará mais agilidade e precisão ao processo. “Além de um custo reduzido, já que a bactéria seria como uma fábrica”, avalia.

INICIATIVA RELEVANTE

Apesar de inovadora, a bactéria capaz de identificar os marcadores sanguíneos para doenças cardiovasculares dificilmente poderá ser considerada de forma isolada no prognóstico do paciente. “Essa não seria a única solução. Se a pessoa tem diabetes, mas não tem o TMAO alterado, por exemplo, ainda assim tem maiores chances de desenvolver problemas. Hoje os fatores de risco como hipertensão, colesterol elevado, diabetes e tabagismo pesam mais que a presença dos marcadores”, observa Marcus Bolivar Malachias diretor do Departamento de Hipertensão da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC). Para o especialista, que coordenada a campanha de conscientização “Eu sou 12 por 8” da SBC, a pesquisa desenvolvida pelos alunos da UFMG é de extrema relevância e trará grandes contribuições se associada as demais frentes de atuação que envolvem a análise de uma série de variáveis, inclusive histórico familiar. “Pode ser que, diante das pesquisas, se descubra que um marcador é mais relevante para o prognóstico de doenças cardiovasculares que os fatores de risco mencionados. Será por meio dessas tentativas que isso será desvendado”, observa Malachias.

TV a cabo vira dor de cabeça

Especialista aconselha a não contratar serviço por telefone

Contratar serviço de TV a cabo pode garantir comodidade e momentos de prazer, mas também acarretar aborrecimentos e muita dor de cabeça. A oferta do serviço aumentou 3,83% no primeiro trimestre deste ano, com cerca de 17 milhões de assinaturas, de acordo com levantamento da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Em cada cem domicílios no país, 27,9 são atendidos. Só em Minas Gerais são quase 1,5 milhão de assinantes. No mesmo compasso, aumenta o número de consumidores lesados.,

O índice de reclamações contra operadoras no Procon Assembleia aumentou 12,34% de janeiro a setembro deste ano, em relação a igual período de 2012, quando foram protocoladas 24.557 queixas, a grande maioria por cobrança indevida, abusiva e dúvidas relacionadas aos contratos. A má prestação do serviço e a dificuldade de cancelamento também encabeçam o ranking de reclamações.

De acordo com o gerente da instituição, Gilberto Dias de Souza, as cláusulas contratuais são tantas que, na grande maioria das vezes, o consumidor não percebe a verdadeira arapuca em que está se metendo.

Ele alerta para o risco de se contratar o serviço por telefone. “Dessa forma, o consumidor incauto não tem sequer noção do que deve questionar com o atendente”, avalia. “Sem ter acesso ao teor do contrato, ele acaba fechando negócio no escuro, e depois arca com consequências inesperadas e desagradáveis.” A orientação, frisa Souza, é optar por contratos presenciais, que garantem o acesso ao documento por escrito. “Dessa forma, tudo fica claro, documentado, e as reclamações podem ser devidamente embasadas”, orienta o dirigente do Procon.

Com o contrato materializado, frisa Souza, o consumidor tem a possibilidade de questionar claramente os serviços contratados e não executados, assim como as falhas técnicas e operacionais.

Outra orientação importante do Procon é registrar a reclamação na Anatel logo depois de entrar em contato com a operadora, se nada for feito. “A denúncia encaminhada à Anatel tira as operadoras da zona de conforto e possibilita a solução do problema mais rapidamente”, afirma, observando que a Anatel recebe uma média de 200 mil reclamações por mês de consumidores lesados ou insatisfeitos. “Quanto mais o consumidor reclamar, melhor para todos, pois as operadoras têm metas estabelecidas pela Anatel a serem cumpridas”, arremata.

O servente Elias Lourenço da Silva, 48, integra o rol dos consumidores que não têm paciência para ler contratos extensos e preferem “facilitar” o processo de contratação de serviços por telefone.

Recentemente, ele recorreu ao Procon Assembleia para protocolar queixa contra a operadora Oi, por cobrança indevida e falhas na prestação do serviço. “Contratei a TV a cabo deles e o sinal era péssimo, mais parecia aquelas transmissões de antigamente, que a gente tinha que colocar Bombril na antena”, conta. “Para completar, me mandaram contas absurdas, muito acima do que foi combinado. Me cobraram até por um ponto extra que nunca tive. Como se não bastasse, na loja fui muito mal-atendido”, desabafa Silva.

20 dias sem sinal. Também vítima de cobrança indevida, o metalúrgico João Luiz Ribeiro, 40, foi mais um a recorrer ao Procon para tentar anular as contas inesperadas. Ele afirma que contratou o serviço de TV a cabo da Sky e ficou pelo menos 20 dias sem o sinal.

Quarto de motel esconde perigos para a saúde

Lençol, toalhas e até a banheira são focos para o contágio de DSTs

Você já pensou nos riscos que um quarto de motel pode representar para sua saúde? Quando a temperatura esquenta, pouca gente pensa nisso. Mas o risco de contrair, principalmente, uma doença sexualmente transmissível DST existe. Para se ter ideia, alguns vírus, como o HPV, por exemplo, podem sobreviver por até sete dias em uma superfície. ?Se os cuidados com a higiene não estiverem totalmente alinhados, as chances de contaminação são enormes. Banheiras e lençóis podem guardar uma grande quantidade de vírus, que podem gerar desde problemas mais simples como a candidíase até os mais sérios como o HPV ?, explica o médico mastologista do Hospital A.C.Camargo, Levon Badiglian Filho.

O administrador de empresas Renato conta que pode comprovar como a má higienização de um estabelecimento é capaz de provocar danos ao organismo. "Um dia depois de passar a noite em um quarto de motel comecei a sentir coceiras na região genital. Fiquei quase uma semana sofrendo com o problema, sem saber o que estava acontecendo. Depois de uma consulta com o urologista, descobri que havia contraído chato (uma espécie de piolho que se fixa nos pelos pubianos)".  De acordo com o professor Antonio Carlos Morilha, especialista do Guia de Motéis e colaborador da revista Moteleiro, os cuidados com o quarto do motel devem ser colocados em primeiro plano. "As toalhas devem ser esterilizadas e todo o quarto deve ser desinfetado, como banheiras, sauna e cadeiras. Assim, os riscos de contaminação são nulos e os adeptos podem ficar tranquilos", explica. "O cliente que perceber algo errado deve informar imediatamente a recepção, além de se informar sobre todos os cuidados com a higiene do motel".

Raio-X do quarto

De acordo com o médico do A.C. Camargo, a primeira atitude é prestar atenção nos pequenos detalhes do lugar que você frequenta. "Fazem parte das medidas de segurança procurar estabelecimentos que apresentem o mínimo exigido de condições higiênicas, observar a aparência da fachada externa (que pode dizer muito sobre o ambiente interno), além de desconfiar de preços muito baixos", explica Levon. Outros sinais podem estar invisíveis aos olhos, por isso que os cuidados devem ser redobrados. "Devemos analisar todos os objetos que entrem em contato com a mucosa e principalmente com os órgãos genitais. Principalmente, aqueles que sejam de difícil esterilização, como banheiras e bancos, já que muitos vírus e bactérias causadores de doenças são bastante resistentes", diz o mastologista. "Alguns micro-organismos sobrevivem em superfícies inertes e secas por um longo período de tempo, como o gonococo (causador da gonorreia), que permanece ativo de 1 a 3 dias e o HPV, até 7 dias" . 

Há quem prefira levar para o motel um pouco de álcool para desinfetar o local como forma de se precaver. Mas será que essa é a solução mais indicada? "O álcool em gel a 70% é ótimo para eliminar qualquer vestígio de vírus. Mas, vale lembrar que essa é obrigação dos estabelecimentos, e se a pessoa faz isso é por que não confia no padrão de limpeza do motel", explica o mastologista.Os campeões de contaminação


Quarto de motel
Banheira: marcas de ferrugem ou de manchas são sinais de má higiene. A melhor opção é não usar e desistir do estabelecimento. 

Assento sanitário: existem motéis que apresentam um lacre de higienização; esses são os mais confiáveis. Mesmo assim, observe se houve a limpeza, caso contrário, avise a recepção e procure outro lugar. 

Toalhas: as toalhas devem ser brancas e não podem apresentar nenhum indício de manchas. Prefira os estabelecimentos que usem o processo de esterilização e mande as toalhas ensacadas individualmente. 

Lençol: mesmo uma manchinha pequena indica que a limpeza não foi realizada da maneira correta. Se a sujeira ainda está lá, os vírus também podem estar. 

Piscina: antes de mergulhar, preste atenção na cor e no cheiro da água. Qualquer fator incomum precisa ser levado em consideração. 

Cadeiras: os bancos e cadeiras precisam estar limpos e secos, e mesmo se tudo estiver em ordem prefira colocar a toalha antes de sentar-se.

Mais de 20 mil livros são distribuídos gratuitamente na praça da Liberdade

Evento promoveu a leitura, neste domingo (22), com obras diversificadas: clássicos, infantis e até cordéis

“Para quem acha que ler é coisa do passado, está muito enganado. A resposta está aqui. Em plena a manhã de domingo, você só vê gente atrás de livros e mais livros”, afirmou a administradora Érika Lemes, de 36 anos. Ela foi uma das presentadas com um dos mais de 20 mil exemplares distribuídos gratuitamente neste domingo (22), na praça da Liberdade, região Centro-Sul de Belo Horizonte, durante o evento Livro de Graça na Praça.

Os gêneros foram os mais diversos, dos famosos romances até os infantis. Ao todo, foram disponibilizados livros de 25 autores diferentes, além de 3.000 mil cordéis do poeta cearense Geraldo Amâncio, em comemoração aos seus 50 anos de carreira.

A idade dos leitores também foi diversificada. “Fiquei sabendo, vim e aproveitei para trazer meu neto de 4 anos. Temos que incentivar desde cedo a leitura, pois isso é cultura. Eu peguei três livros para mim e dois para ele, que adorou”, contou a aposentada Leila Peixoto, de 63 anos.

O evento é realizado há mais de dez anos na capital, com o objetivo de incentivar a produção literária e promover a aproximação do público leitor com os escritores mineiros. “Este ano marca, sem dúvidas, o maior evento que já realizamos”, contou o idealizador do projeto, o autor José Mauro Lourenço da Costa, que contou com o apoio da Imprensa Oficial, do Sistema Fecomércio Minas e do Sesc.

Além de livros de graça, o evento contou com oficinas de livro lúdico, pintura facial, massagens, camas elásticas e outras atividades para a criançada. “São ações culturais de incentivo à leitura, que é umas das coisas que precisamos aumentar cada vez mais”, disse o diretor regional do Sesc, Rodrigo Penido Duarte.

Concurso

Durante a distribuição dos livros, ocorreu também o concurso literário do evento. O tema deste ano foi "O Começo e o Fim", e os escritores enviaram contos que não foram publicados ou divulgados anteriormente.

Os três vencedores desta edição foram Cláudia Cristina Guelfi Faga (São Paulo/ SP), com o conto "E o meio? Eles não sabem que o meio é fundamental no conto e no sanduíche?"; Fabiano A. Salim (Ilhéus/ BA), que concorreu com o conto "O Visitante"; e Éder Rodrigues da Silva (Belo Horizonte/ MG), que participou com o conto "Poslúdio para acalantar o último poente".

Levantamento aponta que 30 entre 100 pessoas conhecem o pré-diabetes

Cerca de 95% dos pacientes entrevistados têm dificuldades como o controle de peso, dieta saudável e exercícios regulares

Um levantamento em parceria entre a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD) com o laboratório farmacêutico Abbott, aponta que apenas 30% das pessoas sabem o que é pré-diabetes, condição favorável ao desenvolvimento de diabetes tipo 2 altamente relacionada à obesidade.Médicos entrevistados destacaram a mudança de hábito alimentar como o principal fator de sucesso para o controle do pré-diabetes e diabetes.

No entanto, para 60% dos pacientes pesquisados, esse é o passo mais difícil a ser incorporado na rotina, ficando à frente da perda de peso e da atividade física. Ao todo, 95% dos pacientes dos médicos entrevistados têm dificuldades como o controle de peso, dieta saudável e exercícios regulares. A pesquisa foi feita nas capitais São Paulo e Rio de Janeiro.

A aposentada Maria Isabel de Oliveira, de 58 anos, descobriu há pouco mais de uma semana, em um exame de rotina, que tem pré-diabetes. A mineira, que está acima do peso e sempre teve massas e doces entre os pratos preferidos, está determinada a não se tornar diabética. "Já investi na mudança da alimentação, está sendo difícil mas estou seguindo a dieta. O próximo passo é entrar na academia", disse Isabel.

De acordo com o endocrinologista da SBD, João Salles, a taxa normal de glicose no sangue é até 99 miligramas por decilitro (mg/dl). Quando esta taxa está entre 100 mg/dl e 125 mg/dl, o caso é considerado pré-diabetes e acima disso diabetes. "Diabetes é uma condição em que a glicose não consegue ser absorvida pelo organismo. No tipo 1, o paciente não tem insulina. No tipo 2, a insulina não age”.

O especialista esclareceu que o que causa o diabetes tipo 2 não é comer doce e, sim, ganhar peso, principalmente na barriga. "A pessoa pode não ser obesa no todo, mas se tiver obesidade abdominal deve ficar alerta para o diabetes", reforçou.

Na fase de pré-diabetes, em que ainda há insulina sendo produzida, uma alimentação saudável e a prática de exercícios são os caminhos mais adequados para a reversão do quadro. Quando o diabetes está instalado, muito dificilmente há retorno, "são poucos os casos, acontece mais em pessoas extremamente obesas e que conseguem uma redução drástica de peso", disse Salles.

Dados do Ministério da Saúde mostram que 5,6% dos brasileiros são diabéticos. O diagnóstico da doença também aumenta conforme a idade da população, já que o diabetes chega a atingir 21,6% dos idosos - maiores de 65 anos - e apenas 0,6% das pessoas na faixa etária de 18 a 24 anos.

Segundo a SBD, 90% dos casos de diabetes são do tipo 2. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, se o diabetes não for tratado de forma adequada, pode surgir complicações, como retinopatia (alteração na retina), nefropatia (alteração no rim), neuropatia, pé diabético, infarto do miocárdio e acidente vascular cerebral.

Por ser pouco sintomático o diabetes, na maioria das vezes, permanece por muitos anos sem diagnóstico e sem tratamento o que favorece a ocorrência de complicações no coração e no cérebro. Também pode aparecer sintomas como urinar muito, ter muita sede e cansaço. Um exame de dosagem de glicemia em jejum, geralmente incluído nos exames de rotina, pode detectar o distúrbio.

Salles frisou que o Brasil é o quarto país do mundo em número de diabéticos. Segundo o endocrinologista, falta informação sobre o que causa e como evitar o diabetes tipo 2. "Mudanças nos hábitos de vida podem evitar esse quadro, não é difícil, falta informação para a população", ressaltou.

Esquerda ou Direita?? Qual o melhor caminho?

  Dizem que tudo ou quase tudo tem dois lados, e na vida política de uma nação não seria diferente, sendo que cada país, cada continente t...