quarta-feira, 25 de setembro de 2013

Belo Horizonte já tem terceiro horário de pico


Problema, antes só no entorno das escolas, se expande para corredores de tráfego

Filas de carros pelas ruas, motoristas que descontam sua impaciência em buzinas estridentes e disputas por espaço em ônibus lotados. Esse é o cenário clássico de um horário de pico em grandes cidades, e é o que os belo-horizontinos estão tendo que enfrentar, agora, três vezes ao dia. Isso porque o crescimento do número de vagas noturnas em cursos superiores se somou ao aumento de veículos, criando uma nova hora do rush na capital, entre 22h e 23h.

A lentidão é mais frequente em regiões com grande concentração de universidades, mas já começa a atrapalhar o tráfego também nos grandes corredores. Na avenida Antônio Carlos, por exemplo, a volta para casa causa retenção, principalmente na altura da barragem da Pampulha. Na Cristiano Machado, o problema maior é em frente ao Minas Shopping, uma vez que o horário da saída das universidades coincide com o fechamento do shopping.

A explicação para a maior atividade noturna está mesmo no maior número de estudantes nesse horário. Em 2004, foram efetivadas 2,4 milhões de matrículas no horário noturno, no país, segundo o Censo da Educação Superior. No último levantamento, em 2011, esse número passou para 3,6 milhões, um aumento de 48%. Grande parte desses novos estudantes refletem em novos cidadãos motorizados. A frota de automóveis em Belo Horizonte cresceu 68% em sete anos (2005 a 2012). Já o número de motocicletas mais que dobrou no mesmo período, com uma alta de 131%.

Decepção. Quando se mudou para o Buritis, na região Oeste, em 2000, o comerciante Michel Habalem, 41, não imaginava que anos depois enfrentaria congestionamentos constantes depois das 22h. “Passar pela Mário Werneck é um transtorno. Você vai gastar mais de 35 minutos em um trecho que antes levava cinco”, reclama.

Congestionamento certo também encontra quem precisa passar nesse horário pela rua da Bahia, no Lourdes, região Centro-Sul. “Moro na Espírito Santo e para chegar em casa nesse horário enfrento congestionamento. Se for sair, pego trânsito na própria rua de casa”, afirma.

O consultor em trânsito e transporte Silvestre de Andrade explica que essa maior movimentação no período noturno é uma tendência. “O sistema viário é o mesmo, com isso, se sobe o número de pessoas na rua, é natural que ocorra o mesmo nos horários de pico da manhã e da tarde. Mas vale lembrar que a hora do rush noturna ainda é menos intensa e tem uma duração menor que as demais”.

Segundo a empresa de Transporte e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans), o aumento do fluxo no horário noturno está previsto no Plano de Mobilidade (PanMob-BH). Segundo a empresa, uma das principais ações para atenuar os impactos é a entrada em operação do Move (nome dado ao BRT, transporte rápido por ônibus), previsto para fevereiro de 2014.

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