terça-feira, 17 de setembro de 2013

Apelou: Eike Batista culpa até mapa astral por má fase financeira

Executivo falou a jornal dos EUA que foi enganado por executivos do setor

O empresário Eike Batista rompeu o silêncio, com entrevista ao norte-americano “The Wall Street Journal” e apontou os culpados pelas dificuldades de seu conglomerado: as falhas de gestão cometidas por executivos do grupo, a impaciência dos investidores e a falta de sorte. Ele disse que seu mapa astral mostra que o período não foi bom, mas que a boa fase voltou.

O executivo disse ter sido enganado pelo “dream team” (time dos sonhos) de diretores montado para tocar os negócios do grupo. Em referência à petrolífera OGX, Eike considerou que, por ser executivo da área de mineração, não tinha conhecimento suficiente sobre a indústria de petróleo para questionar relatórios apresentados pelos executivos. “Sou dono de um grande grupo. Eu sozinho não posso fazer isso. Eu poderia ser o dono de um hospital, mas sem 50 cirurgiões das suas respectivas áreas você não é nada. Não tenho conhecimento específico. Você não pediria ao dono de um hospital para operar seu rim.”

Além disso, ele afirmou que a saída dos seus investidores foi precoce e declarou que “não teve sorte”. “Eu sou o maior perdedor nisso tudo. Eu tentei criar riqueza para todos nós. Essa foi a razão de levantarmos todo o dinheiro – para criar riqueza e dividi-la”, afirmou.

Segundo o jornal, Eike tem mencionado a trajetória do norte-americano Elon Musk, fundador da Paypal e hoje dono da empresa de carros elétricos Tesla Motors, como exemplo de empreendedor que se consagrou mesmo com descrédito do mercado. “Musk disse que começar uma empresa é como comer vidro. Eu estou comendo vidro.” Vestindo terno de risca e camiseta cinza durante a entrevista, ele estava com os cabelos desalinhados e os olhos cansados. Segundo a reportagem, ele disse que estava cansado das intensas rodadas de negociações, que chegam a ir até as 4h.

Eike está no centro de uma das maiores reestruturações empresariais do país. Mergulhado em uma crise de credibilidade e com dívidas superiores a R$ 20 bilhões, o valor de suas empresas caiu a menos de 15% do pico, próximo a R$ 7 bilhões. O executivo iniciou vendas do seu patrimônio para pagar dívidas.

Trechos

“Se você olhar para o meu mapa astral, esse período não foi favorável para mim. A boa fase? Ela já começou, literalmente, neste mês” “Eu acreditei nisso. Vivendo em um país que tem essas descobertas de petróleo gigantescas, por que eu não poderia ter sido abençoado com uma delas?” “O Brasil é esse gigante que supostamente vai cair num buraco e nunca cai porque ele é sempre maior que o buraco”

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