Oitenta anos de casamento com amor, companheirismo, amizade e respeito. São oito décadas também de convivência diária, dormindo e acordando juntos para formar uma família com 11 filhos, 32 netos, 28 bisnetos e uma trineta. Este mês, o casal José Lopes do Couto, de 101 anos, e Maria Cândida de Jesus, de 96, comemora bodas de carvalho – árvore símbolo da força e que resiste bravamente aos ventos e às intempéries das montanhas. A data foi celebrada dia 11, véspera do Dia dos Namorados, quando os dois reuniram toda a prole no sítio em que vivem, em Vespasiano, na Grande BH, para renovar os votos de afeto e felicidade feitos em junho de 1931.
DATAS MARCANTES DO CASALJosé Lopes do Couto – Nasceu em 17 de maio de 1910, em Bom DespachoMaria Cândida de Jesus – Nasceu em 10 de junho de 1915, em LuzAmor à primeira vista em 1928, quando ele tinha 18 anos e ela 13.Casamento – 10 de junho de 1931Adoção da filha Conceição – 1933Nascimento da primeira filha, Elza –25 de junho de 1939Primeira neta, Márcia Patrícia –30 de maio de 1960Primeira bisneta, Flávia Cândida –10 de junho de 1981Primeira trineta, Maria Clara –24 de dezembro de 2007
FATOS MARCANTES NO BRASIL EM 1931
A estátua do Cristo Redentor é inaugurada no Corcovado, no Rio de JaneiroJorge Amado lança seu primeiro romance,O país do carnavalGetúlio Vargas, que havia chegado à Presidência no ano anterior, derruba a Constituição brasileira
União sustentada pela paciência
Qual o segredo para tantos anos de convivência e felicidades juntos? A resposta de Maria Cândida se resume numa única frase: “Amor e muita paciência.” Já José do Couto, bem mais falante que a mulher, garante que “a união do casal se sustenta com o amor espiritual, porque o carnal não segura ninguém”. Os filhos do casal aplaudem o sentimentalismo dos pais, mas lembram que a história de amor deles sempre foi muito bem apimentada também pelos prazeres físicos.“Eles tiveram uma vida sexual muito ativa. Sempre contam que faziam amor todos os dias e, até hoje, quando os surpreendemos à noite no quarto, já debaixo dos cobertores, eles estão sempre abraçados, de mãos dadas e fazendo carinhos. Eles vivem apaixonados até hoje. Acho que são eternos namorados que ainda sentem ciúmes, discutem a relação e estão sempre cuidando um do outro”, conta, emocionada, a filha Maria de Lourdes Couto Rocha, de 69 anos, que prepara agora um livro sobre as bodas de carvalho dos pais.Nas páginas cuidadosamente escritas por Lourdes não há de faltar espaço para o que os filhos entendem como o verdadeiro “alicerce” do casal: o respeito. Segundo os filhos, José do Couto e Candinha têm personalidades e estilos de vida muito diferentes – quase antagônicos –, mas nunca se impuseram ou tentaram mudar o outro. “Meu pai é um aventureiro, que gosta de curtir a vida com uma boa pinga e um carteado. Já minha mãe sempre foi pé no chão e responsável. Apesar das diferenças, eles se respeitam e se completam”, afirma a filha Lêda Maria Couto Silva, de 65.
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