segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

Museu no Centro de BH tem gostinho do interior










Mineiro pode até sair de Minas Gerais. Rodar o mundo, conhecer lugares exóticos, novos idiomas, paisagens, aromas e gostos inesquecíveis. Mas não adianta. Minas não sai de quem já viveu e nasceu por aqui. Ficam dentro do peito as memórias das muitas Gerais. Mais ainda quando o mineiro esbarra com peças e objetos que pertencem à sua história, mesmo não tendo vivido aquilo, se lembra dos causos contados pelos avós em volta de um fogão a lenha. E é essa sensação, de lembranças ouvidas ou vividas, que o Museu de Artes e Ofícios (MAO), na Praça da Estação, no Centro de BH, oferece ao visitante. Entre corredores e as mais de 2 mil peças, as portas se abrem para um passado que, particularmente, pertence a Minas.





Mineiro, seja da capital ou do interior, conhece bem os utensílios da roça e gosta deles. Por isso, a mais nova atração do MAO, o Ofícios da Terra, tem resgatado a sensação interiorana, que quem é de Minas, tem orgulho de sentir. No domingo, quem visitou essa nova ala lembrou do que via, riu e contou histórias. A opinião foi unânime: “Isso é Minas Gerais”.



As portas para esse universo foram abertas este mês – um presente em comemoração aos quatro anos do MAO, que conclui com esse espaço seu projeto original de exposição permanente. Localizado no fim do corredor do bloco B, o lugar ganhou 40 novas peças, além de uma pequena roça, na área externa, com plantações de cana-de-açúcar, café, mandioca e fumo.



Com cerca de 200 metros quadrados, a nova ala retrata um pouco da história dos trabalhadores rurais e do dia a dia de quem já viveu na roça. No acervo, estão tachos de cobre, debulhadeiras de milho, descascador e enrolador de café, além de um conjunto de alambiques feitos com cerâmica, pedra, cobre e madeira. “Neste lugar não tinha nada. Nem teto. Fizemos a obra de ampliação para que essas novas peças pudessem ser expostas. Quem já veio aprovou a novidade”, comemora a coordenadora de museologia do MAO, Célia Corsino, que destaca o alambique de pedra-sabão como uma das atrações. “Veio do Recife e pesa uma tonelada”, diz.



Mas o novo lugar ainda reserva surpresas. De acordo com Célia, ainda este mês será colocado um vídeo no espaço contando a história da cachaça – bebida que, para os mineiros, é a identidade do interior do estado. “Além disso, vamos colocar outro vídeos pelo museu, mostrando como esses ofícios eram feitos”, conta.



Inaugurado em 2005, o Museu de Artes e Ofícios é dedicado ao trabalho do período pré-industrial no país. Criado a partir de uma parceria entre o Instituto Cultural Flávio Gutierrez (ICFG), o Ministério da Cultura e a Companhia Brasileira de Trens Urbanos (Cbtu), ocupa os prédios históricos das áreas de embarques e jardins da Estação Central de Belo Horizonte e da Estação Oeste de Minas, onde há uma das estações de metrô da cidade. Cerca de 4 mil pessoas visitam o MAO mensalmente.



Férias



Terça-feira até 29 de janeiro, a criançada terá um motivo a mais para ir ao museu. É que começa a quinta edição do projeto Estação da Brincadeira. Além do jogo de perguntas sobre ofícios, feito pelos corredores do MAO, haverá atividades plásticas de arte. As brincadeiras serão realizadas de terça a sexta-feira, das 9h às 11h ou das 13h30 às 15h, ou de 15h30 às 17h, e vão contar com, no máximo, 20 participantes por vez. Para participar basta agendar pelo telefone (31) 3248-8621, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. A entrada gratuita está garantida para as instituições municipais ou estaduais, como grupos de escolas, creches e projetos sociais. Para as demais crianças, será cobrada entrada no valor de R$ 2, e os adultos pagam R$ 4.



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