sábado, 30 de janeiro de 2010

Lojas têm movimento maior no último fim de semana com IPI reduzido para linha branca

Lojistas estimam que vendas serão até 50% maiores do que na última semana







Muitos consumidores aproveitam, em Brasília, o último final de semana com redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para procurar geladeiras, fogões e máquinas de lavar com preços que caibam no orçamento. Alguns lojistas estimam um movimento 50% maior do que o do último final de semana até amanhã, quando alguns shoppings e supermercados funcionam.



O gerente comercial de uma dessas lojas de varejo, localizada em um dos maiores shoppings da capital federal, Alessandro Silva, vê com otimismo as vendas deste final de semana. Segundo ele, os consumidores que esperavam liquidações com o anúncio do fim do estímulo à chamada linha branca correram às lojas para realizar suas compras.



“Muita gente que estava esperando por liquidações na semana que vem anteciparam suas compras. Hoje, nós tivemos um aumento de 10% a 20% na compra de produtos da linha branca. Ninguém quer pagar mais caro”, disse.



A partir de segunda-feira (1º), segundo ele, não haverá mais redução de IPI e a tendência dos preços é voltar à normalidade, ou seja, aos valores cobrados antes das medidas do governo. “Quem tiver de comprar deve aproveitar a oportunidade para comprar com preços mais baixos.”



Entre os produtos da linha branca, os refrigeradores e lavadoras são os mais procurados. “Esperamos que o governo reveja sua posição [de não prorrogar a redução do IPI]”, disse. A loja onde Silva trabalha costuma receber 3 mil pessoas, mas ele espera, por causa do fim da redução do IPI, um movimento próximo a 4,5 mil consumidores.



Marcela Sampaio, assistente administrativa, é um desses consumidores. Quando soube do fim da redução do IPI, correu ao shopping para comprar um máquina de lavar. Ela acha que os preços caíram bastante após a medida e lamenta o fim do incentivo. “Vai ser ruim para a gente, que tem oportunidade de comprar com o preço mais baixo e, agora, com o IPI mais alto, vai ficar difícil.”



Outra consumidora, Agda Glória da Cruz, funcionária pública, comparava preços em busca de um novo fogão. Para ela, paga-se muito imposto e no final o valor real do produto termina sendo mascarado.



Ela lamentou o fim do IPI porque vai tirar também o estímulo à compra de produtos considerados ecologicamente melhores. “Eu entendo isso como um descompromisso com a questão da preservação do planeta e do ambiente. Porque isso é uma força que pode contribuir para minimizar o aquecimento e outros fatores que vêm influenciando na desarmonia e destruição do planeta”, ressaltou.



Ontem (29), o presidente da Associação Nacional de Fabricantes de Produtos Eletroeletrônicos (Eletros), Lourival Kiçula, também criticou a decisão do governo de acabar com a redução do IPI da linha branca.



A Eletros reúne os maiores fabricantes de eletrodomésticos e eletroeletrônicos de consumo do país. Segundo Kiçula, se a medida for confirmada, a maior preocupação é a falta de estímulo que isso pode provocar na fabricação dos produtos do chamado “selo verde”, que, desde o final do ano passado, tiveram redução proporcional do IPI por serem consumirem menos energia.



Kiçula avalia que foram bons os dez meses de redução do IPI para o setor, já que houve crescimento de vendas de lavadoras de roupa (25%), fogões (6%) e refrigeradores (20%) em comparação com 2008.



O fim dos estímulos fiscais para a compra de eletrodomésticos da linha branca foi anunciado em Zurique, na Suíça, pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega, que foi à Europa participar do Fórum Econômico Mundial, em Davos, no mesmo país.



A vigência da redução do IPI para esses eletrodomésticos termina amanhã (31), depois de ter sido prorrogada no final de outubro. O motivo alegado é que a economia vem se recuperando e não existe mais a necessidade de incentivos que mantenham os impostos reduzidos em vários setores, como o de eletrodomésticos e automotivo.



Essas medidas foram adotadas para ajudar o Brasil a enfrentar a crise econômica mundial, que teve maiores impactos no país no último trimestre de 2008, mas provocaram queda de arrecadação ao longo do ano passado.



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