quarta-feira, 13 de março de 2013

PSDB promove seminário para fazer crítica à gestão da Petrobras


Aécio Neves classificou gestão da estatal de 'temerária e irresponsável'.
Em nota, Petrobras rebateu críticas e disse que está aumentando eficiência.


O PSDB realizou nesta terça (12) um seminário na Câmara dos Deputados em que apresentou críticas ao desempenho da Petrobras e discutiu os rumos da empresa. O encontro “Recuperar a Petrobras é nosso desafio” reuniu políticos, especialistas e acionistas da petrolífera.

O senador Aécio Neves (PSDB-MG) disse que o partido organizou o seminário porque o tema é um dos "inúmeros" a serem debatidos pelos tucanos, "já que o governo resolveu antecipar o debate eleitoral". Para Aécio, a gestão da Petrobras é “temerária e irresponsável”.

O senador Wellington Dias (PT-PI) rebateu as críticas e questionou o interesse do PSDB pelas ações da Petrobras. “Qual o efeito prático desse ambiente que lamentavelmente a oposição lidera neste instante? Redução do valor das ações da Petrobras. A quem interessa isso? Quem ganha com isso?”, indagou o senador.

No seminário, o presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra (PSDB-PE), disse que a estatal tem obtido resultados aquém do esperado.  “As performances não são qualificadas e se submetem a um jogo político muito precário. A gente quer tirar a Petrobras disso”, afirmou.

A importação de petróleo pelo Brasil foi um dos temas criticados no seminário. Segundo o PSDB, o país gastou U$ 7,2 bilhões em 2012 com importação de derivados de petróleo (gasolina, óleo diesel, nafta e querosene).

“Há alguns anos atrás, o Brasil exportava gasolina. Agora ele importa gasolina e diesel. O impacto disso na balança comercial do país é da ordem bem próxima aos U$ 10 bilhões por ano”, avaliou o engenheiro e ex-chefe do setor de geofísica da Petrobras, Wagner Freire.

Em material distribuído pelo PSDB aos participantes do seminário, a legenda critica a administração da dívida líquida da empresa que “saltou de R$ 26 bilhões para mais de R$ 130 bilhões, entre 2007 e 2012”. Ainda de acordo com o material, que credita os números à empresa de consultoria Economática, a Petrobras passou por um processo de desvalorização nos últimos dois anos de “R$ 179,3 bilhões e perdeu 47,7% de seu valor de mercado”.

No seminário, Guerra criticou a política de preços da Petrobras e a compra de uma refinaria em Pasadena, no Texas (Estados Unidos), em 2006. “Foi de uma ingenuidade a gente se meter naquele negócio. Eu acho que caberia uma CPI profunda”, afirmou o petroleiro Pitágoras José, que participou do seminário.

Petrobras responde

Por meio da assessoria, a Petrobras respondeu ao G1 que, embora o Brasil tenha atingido a autossuficiência em petróleo, em 2006, a demanda do país cresceu 4,9% entre 2007 e 2012, contra um crescimento de 3,4% na produção de petróleo - o que motivou a importação.

Mas, de acordo com a assessoria da empresa, o Brasil nunca foi autossuficiente em derivados e “sempre importou e continuará importando derivados até que entrem em operação as novas refinarias previstas no Plano de Negócios e Gestão 2012-16 da Petrobras”.

Sobre o valor de mercado da empresa, a assessoria informou que, em 11 de março de 2011, a Petrobras era avaliada em R$ 398 bilhões. Até o dia 11 de março deste ano, houve uma queda nesse valor e a empresa passou a ser avaliada em R$ 234 bilhões. A perda estimada pela Petrobras é de R$ 164 bilhões, o que corresponde a uma queda de 41,2% do seu valor de marcado em tal período.

“Estamos aumentando a eficiência operacional da Companhia e otimizando nossos custos operacionais para entregar ainda mais valor para os nossos acionistas”, informou a estatal. “A Petrobras é hoje reconhecida pelo mercado como a empresa que dispõe do melhor portfólio de ativos de petróleo e gás dentre todas as companhias de capital aberto no mundo.”

A assessoria explica que parte do endividamento da empresa deve-se à exploração das novas descobertas, “em especial o pré-sal”. “Para financiar esse crescimento, foi necessário aumentar seu nível de endividamento, na medida em que apenas a geração operacional de caixa da Companhia não era suficiente para o aproveitamento dessas oportunidades. A dívida líquida da Petrobras ficou em R$ 148 bilhões no final de 2012.”

Sobre a refinaria de Pasadena, a empresa informou que a aquisição deve ser compreendida no contexto anterior à descoberta do pré-sal. “Estava alinhada ao planejamento estratégico da Petrobras à época, no que se referia ao incremento da capacidade de refino de petróleo no exterior, e visava contribuir para o aumento da comercialização de petróleo e derivados produzidos.”

Fonte: http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/03/psdb-promove-seminario-para-fazer-critica-gestao-da-petrobras.html 

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