segunda-feira, 18 de março de 2013

Um partido totalmente fragmentado e desunido: União do PT fica só no discurso

É importante destacar que união não é aceitar somente uma imposição ou acatar ordens designada pelo poder hierárquico. A democracia nos proporciona discutir idéias, projetos, sentimentos, enfim, é a liberdade de expressar tudo aquilo que sentimentos, dentro claro, da respeitabilidade mutua, mas quando a desunião dentro de um partido político vai de confronto ao interesse coletivo, não se fala mais no bem coletivo que é o mote de todos os partidos políticos e sim os interesses sórdidos em nome do poder a todo custo. 
Marcelo Passos

Embora externamente o discurso seja de união, conquistada após a candidatura de Patrus Ananias à Prefeitura de Belo Horizonte, no ano passado, o PT de Minas Gerais ainda lida com posicionamentos divergentes dentro da legenda e com feridas antigas que, ao contrário do que parece, não foram totalmente cicatrizadas. O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel - virtual e, até então, único candidato do partido ao governo do Estado em 2014 -, deve ganhar um concorrente dentro da sigla. Trata-se de Chico Simões, ex-prefeito de Coronel Fabriciano, no Vale do Aço. 

Ele integra uma ala mais radical dentro do PT mineiro.

A pré-candidatura de Simões ao governo é uma tentativa dos petistas da ala contrária a Pimentel de forçar o diálogo com o grupo do ministro, considerado mais moderado. Oficialmente, o discurso é o de abrir o debate. "Queremos uma discussão ampla em torno do ideário ético e governamental do PT", diz Simões. 

Porém, nos bastidores, os petistas que lançam a pré-candidatura do ex-prefeito de Coronel Fabriciano avisam que vão questionar fortemente os projetos de Pimentel e seu relacionamento próximo com alguns tucanos. Na prática, vão fazer questão de relembrar a aliança costurada pelo hoje ministro com o PSDB, que resultou na primeira eleição do prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB).

ELEIÇÃO. 
Outro motivo de rusga e disputa interna na sigla é o Processo de Eleições Diretas (PED) que o partido vai realizar em novembro, para a escolha do presidente estadual da legenda. Três nomes estão colocados para suceder o deputado federal Reginaldo Lopes: o do também deputado federal Odair Cunha, o da secretária de Finanças da legenda em Minas, Gleide Andrade, e o do deputado estadual Rogério Correia. Cunha e Gleide representam a Tendência Articulação e teriam o apoio de Patrus. Correia, que integra a Tendência Marxista, é apoiado por Simões.

Cunha e Gleide devem se reunir hoje. É possível que, a partir das discussões, apenas um dispute a presidência estadual do partido representando a Articulação. Os dois discordam sobre uma possível antecipação da pré-candidatura da legenda ao governo logo após o PED. 

"O outro campo (do governador Antonio Anastasia) ainda não tem um nome, e podemos ganhar tempo antecipando a pré-candidatura do PT", diz Gleide. "Se o ministro Pimentel for mesmo o nosso pré-candidato, acho que não devemos antecipar o debate. Ele ficaria meio candidato e meio ministro", opina Cunha.

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