quarta-feira, 20 de junho de 2012

Dois apertos de mão, um constrangimento histórico e uma esperança


Enquanto Lula e Maluf apertam as mãos para selar troca de cargos públicos por favores eleitorais, em Brasília, várias outras mãos se apertam em prol da gestão pública

Dois apertos de mãos que dominarão o noticiário até o final da semana. Um deles em São Paulo e outro em Brasília. Se um marcará o fim de um discurso defendido pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante toda a sua trajetória na vida pública, o outro foi dado em Brasília, ontem, durante a criação da Frente Parlamentar Mista do Fortalecimento da Gestão Pública. Um movimento suprapartidário que busca a adoção e vida longa em nível nacional de um modelo de governança inovador como, por exemplo, Minas Gerais implantou com Aécio Neves em 2003 e que se tornou exemplo mundial de gestão eficiente.

O momento para os petistas é de constrangimento histórico com seu maior líder, que sela uma aliança política-eleitoral em São Paulo calçada na troca de cargos públicos no governo federal. Mas, por outro lado, existem lideranças do mesmo partido que ainda acreditam na transparência, ética e verdadeira “faxina” dentro dos órgãos públicos.
E este grupo de pessoas que ainda acreditam no asseio da máquina pública, dos governantes e, consequentemente, dos servidores públicos, pode encarar a Frente Parlamentar de Gestão Pública como um suspiro de esperança de que no Brasil existe espaço para mudança.

Para estes militantes da restauração da ética, da transparência e da moral no país, o segundo aperto de mão – o de Brasília - surge como alento. O movimento peã profissionalização da gestão pública nasceu da batalha do senador Aécio Neves, mas também é fruto do desejo de diversas lideranças nacionais – petistas, tucanas, verdes, socialistas ou simplesmente brasileiras – que querem ver os princípios da eficiência do serviço público, existentes no modelo de gestão criado pelo Governo de Minas Gerais, adotados em Brasília e nos quatro cantos do país.

Dentro desta Frente de Fortalecimento da Gestão Pública, cabem todos os partidos ou militantes que acreditam na necessidade de transparência, eficiência no uso de recursos públicos e na importância da profissionalização da gestão para levar o Brasil ao patamar de um país não apenas competitivo economicamente, mas também com um crescimento justo e igualitário.

Quando lançou o Choque de Gestão em Minas Gerais, em 2003, Aécio já evocava a necessidade de que a transformação que começaria em seu estado deveria, em poucos anos, ganhar espaço na Agenda Nacional. E no lançamento da frente suprapartidária, o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Brito, sintetizou o sentimento de Aécio ao dizer que é dever de todos fazer com que o servidor público seja, na realidade, um “servidor do público”.

E aos constrangidos e estarrecidos com o aperto de mão de Lula em São Paulo, vale uma reflexão sobre a fala do ministro-chefe da Controladoria Geral da União durante o lançamento da Frente Mista da Gestão Pública: “gestão eficiente é gestão proba. São faces da mesma moeda. A transparência não é apenas a melhor vacina contra a corrupção, mas requisito para melhor eficiência na gestão pública.

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