quinta-feira, 14 de junho de 2012

Vamos Renovar. Vereadores saem em debandada e não votam fim do sigilo

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*** Qualquer cargo público conquistado através do voto popular deve ser honrado em toda sua plenitude, baseado no principio do respeito para com o próximo. A transparência de tudo que ocorre nos poderes devem ser comungado com toda população, senão onde ficam os princípios da democracia? - Marcelo Passos-

Um sentimento de perplexidade tomou conta de dezenas de cidadãos que acompanhavam a reunião ordinária de ontem na Câmara de Belo Horizonte. Depois de mais de três horas de discussão, os vereadores abandonaram em massa o plenário para que não fosse votada a proposta que extingue o voto secreto na Casa.


A debandada foi comandada pela vereadora Maria Lúcia Scarpelli (PCdoB). No início da sessão, todos os 41 registraram presença - fato raro no Legislativo municipal -, porém, o quórum caiu para 19 depois de a parlamentar comunista conclamar os colegas a boicotarem a votação. "Vocês não podem virar as costas aqui. Se façam respeitar", esbravejou Scarpelli.

O discurso da vereadora contrastou com os gritos de protesto dos manifestantes que estavam nas galerias cobrando agilidade na votação. "Palavrão não é democracia. Eu quero ser respeitada", justificou Scarpelli.

A Proposta de Emenda à Lei Orgânica (Pelo) 15 abre o voto nos dois casos em que é garantido o sigilo atualmente: cassação de mandatos e apreciação de vetos do Executivo. A proposta é uma das principais demandas da sociedade e uma estratégias do Legislativo para melhorar sua imagem. Contudo, após a sessão de ontem, fica a sensação de que a "agenda positiva" não passa de discurso. O próprio presidente da Casa, vereador Léo Burguês (PSDB), não registrou presença após o pedido de verificação de quórum que confirmou apenas 19 parlamentares em plenário. 

Mobilização. Com o clima tenso, os parlamentares reclamaram que os populares proferiam xingamentos e fizeram gestos obscenos. Os manifestantes negam. "Viramos as costas porque fizeram uma estratégia de protelar a votação do voto aberto. Fizeram a gente de palhaço", enfatizou Débora Vieira, do movimento Ocupe a Câmara.

Outros grupos também estiveram na Casa com faixas e cartazes para pressionar os vereadores pela aprovação da medida. Eles prometem voltar hoje, já que a proposta está novamente na pauta do plenário. "Não vamos desistir", afirmou o vereador Fábio Caldeira (PSB), líder da Frente Parlamentar Pelo Voto Aberto, em referência à sessão plenária de hoje. 

Antes do clima de hostilidade entre vereadores e manifestantes, não foram poucos os discursos favoráveis ao voto aberto. As palmas recebidas das galerias não incomodaram nem interromperam os parlamentares.





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