segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

A alquimia de Zé Teixeira

Compositor mineiro se prepara para lançar CD e DVD, que terá distribuição internacional através da internet

Zé Teixeira, que está lançando seu terceiro disco, “Alquimista”, é daqueles artistas que fazem a hora, não deixam acontecer, e é um pouco essa condição que eles transpôs para o título do disco. “Alquimista tem vários sentidos, um deles se refere à própria questão de que a gente, músicos, dependemos de ser competentes, mas também de ter sorte na carreira. A alquimia vem nesse sentido, de estar sempre garimpando alguma coisa que nos proporcione avançar na direção da realização”, explica.

Isso tem a ver, como os velhos mestres de saberes, em saber utilizar laboratórios para a criação de sua arte. “Transformar a ideia bruta em joia, no sentido de fazer um trabalho de qualidade com todas as nuances que temos de enfrentar na questão do mercado. Como compositor constatei que, desde a década de 1980, o mercado brasileiro se fechou muito para o segmento dos compositores”, explica.

Essa realidade o motivou a encarar o desafio de batalhar por seu espaço em diversas frentes. “A gente tem que se desdobrar, no sentido de fazer mágica, superar todo esse bloqueio”.

Prestes a completar 33 anos de carreira, ele, que veio de Água Boa (interior mineiro) já tem no currículo dois CDs autorais – “Viverdenovo” (1997) e Irreverências” (2011) – e agora investe no campo audiovisual com o CD e DVD “Alquimista”, onde, reconhece, “atende um pouco algumas exigências do mercado”.

Na prática, isso significa regravar alguns clássicos da música brasileira como “Criaturas Da Noite”, do O Terço, “Palco”, de Gilberto Gil e “Tente Outra Vez”, de Raul Seixas. “Fiz uma coisa mista e fechei o escaninho com essas três versões, que são referências muito fortes. Com isso mostrei um pouco o lado intérprete, mas sem deixar de colocar em primeiro plano as minhas composições”, diz.

O disco traz o músico acompanhado de uma orquestra de câmara, naipe de sopros e de backing vocals, além da banda-base que o acompanha. “Ficou um trabalho de altíssimo nível, toquei com músicos de primeira qualidade e nesse momento quero dar vazão a esse trabalho, que pretendo lançar no início do ano que vem na Funab, em Betim”, revela.

Seu foco é também o exterior. Neste sentido, está lançando o álbum duplo “Alquimista” nas lojas virtuais em diversos países, bem como, em mais de 5.000 rádios, através da Distribuidora Global de Música Digital One RPM. “É uma distribuidora muito bacana, temos um namoro antigo”, lembra. “Agora fechamos um lançamento virtual em lojas de todo o mundo. Pela distribuidora, ganho maior visibilidade”.

Ele lançou uma faixa gratuita, “Sinfonia das Virtudes”, além de um vídeo com a versão da canção de Raul Seixas, pela plataforma. “É uma tática de penetração em vários países. Já estou articulando um show em Nova York e estou em contato com o músico português Antônio Zambujo, tentando amarrar umas parcerias por lá”, revela.

Teixeira assume também um outro papel, o de produtor cultural. Ele é coordenador do Encontro Minas na MPB, evento que reúne novos compositores locais para mostrarem seus trabalhos autorais. “Trata-se de um projeto inédito no Brasil, a única iniciativa próxima a isso foi o Manguebeat”, acredita. “Infelizmente o mercado hoje é mais focado no intérprete e na música comercial. Lamentavelmente as gravadoras as gravadoras que sobreviveram nessa era, adotaram essa estratégia, bastante cruel com o compositores, de valorizar apenas o que já é consagrado, ou lançar produtos com foco muito comercial, sem muita elaboração musical e cultural”, argumenta. O festival pretende inclusive se ampliar nacionalmente, com o nome de Encontro Brasil na MPB. “É nossa contribuição para valorizar esse segmento”, concluí.

Fonte: http://www.otempo.com.br/divers%C3%A3o/magazine/a-alquimia-de-z%C3%A9-teixeira-1.761300

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