terça-feira, 17 de dezembro de 2013

Instituto Inhotim: jovens entram no ritmo da música


Apenas aos 17 anos Tainã Jorge de Oliveira Pereira descobriu o prazer pela música. Em 2012, começou a fazer aulas gratuitas de contra-baixo, instrumento que jamais pensou tocar um dia. A atividade que antes estava tão distante da realidade do morador de Brumadinho, na Grande BH, agora faz parte do dia a dia do adolescente, possibilitando a ele vislumbrar uma nova perspectiva sobre o próprio futuro.

“Achava que música era apenas hobby. Mas hoje penso que pode vir a se tornar profissão”, afirmou o garoto, hoje com 19 anos. Técnico de enfermagem, ele pega pesado no serviço, chegando a trabalhar 12 horas por dia. Ainda assim, concilia os horários para que, pelo menos três vezes na semana, consiga ensaiar o instrumento.

A ambição de aprender contra-baixo e se tornar um músico só foi possível por causa do projeto social desenvolvido pelo Instituto Inhotim. Cerca de 75 crianças e adolescentes dos municípios vizinhos, como Brumadinho, Mário Campos, Bonfim e Moeda têm a chance de aprender a tocar gratuitamente instrumentos como violino, violoncelo, viola e baixo por meio da Escola de Formação de Instrumentistas de Cordas.

“Inhotim é um espaço cultural que permite várias manifestações artísticas, inclusive a música. E essas aulas permitem que eles se abram para uma nova forma de fazer arte”, ressaltou Raquel Novais, diretora de inclusão e cidadania do órgão.

Teoria e prática são ensinadas em uma casa alugada em Brumadinho. E com a possibilidade de levar o instrumento para casa, os alunos assumem o compromisso de praticar também em suas residências. A ideia é que, já em 2014, os futuros músicos estejam preparados para começar a se apresentar com o Coral Infantil, também do Inhotim.

Educação

Iniciativas como essas são bem vistas por Weber Lopes, músico, professor e dedicado pesquisador sobre o tema. “A música tem importância vital na vida de qualquer pessoa. Mas para crianças, especificamente, contribuem até mesmo para a educação delas. É como se a música abrisse o cérebro delas para que se tornem capazes de adquirir habilidades que vão além do que é ensinado em sala de aula”, disse.

Por meio de sons e ritmos, também conhecem o próprio corpo. E, de quebra, se disciplinam para estudar o instrumento, socializam-se com os colegas e ganham uma nova visão cultural.

Os benefícios são sentidos por Lucas Henrique Baeta Dutra, de 12 anos. A pouca idade não impediu que aprendesse saxofone, trompete e bombardino durante o período que fez parte de uma banda em Brumadinho. Agora, dá os primeiros passos no violino, por meio da Escola de Formação de Instrumentistas de Cordas. “Faço de tudo para estudar muito porque um dia quero viver da música. É isso que amo fazer. Tenho fé que sou capaz de desenvolver esse meu talento”, afirmou confiante.

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