quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Cristiano Machado e Vilarinho terão menos sinais de trânsito

BHTrans também deve aumentar o tempo de travessia para o pedestre nos horários de pico mas outras duas vias ganharão semáforos; carros devem ficar mais tempo parados

A inauguração do Move (nome dado ao BRT, sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) reduzirá em mais da metade o número de faixas de pedestres com semáforos na avenida Cristiano Machado – de 16 para sete –, na capital. Na avenida Vilarinho, também haverá diminuição de duas travessias (de 19 para 17). Mas o mesmo não acontecerá na Antônio Carlos e Pedro I. Juntos, os dois corredores contarão com 33 sinais de trânsito, seis a mais do que existe atualmente.

Além dessa mudança, a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou que o tempo do sinal verde para pedestre, que hoje é de 20 segundos, poderá aumentar nos horários de pico em todas as vias que têm o Move. Essa intervenção combinada com novos semáforos fará os usuários de carros ficarem mais tempo no trânsito, segundo engenheiros civis.

Para eles, mais sinais poderiam ser eliminados se a BHTrans optasse por passarelas, como as já existentes na avenida Cristiano Machado. “Além de reduzir o número de travessias, a passarela dá mais segurança ao pedestre”, afirmou Berilo Torres, consultor em trânsito.

Detalhes. A mudança na quantidade de semáforos começa a ocorrer em fevereiro de 2014, quando terá início as linhas do Move na Cristiano Machado e na área central (avenidas Paraná e Santos Dumont). A BHTrans não informou quais sinais serão eliminados na avenida Cristiano Machado e na Vilarinho. Também não esclareceu se haverá alteração no centro.

Já na avenida Antônio Carlos, além das 20 faixas de pedestres semaforizadas existentes hoje, serão instaladas mais quatro a partir de 15 de março, quando está previsto o início do funcionamento do Move nessa linha. Na Pedro I, que tem o mesmo cronograma, o índice passará de sete para nove. “Quanto mais semáforos, menor a velocidade na via. A alternativa ideal para o Move seriam as passarelas”, disse Luiz Otávio Silva Portela, membro da Sociedade Mineira de Engenheiros.

Outro lado. Já a BHTrans informou, em nota, que haverá um sistema sincronizado nos sinais para manter a fluidez dos veículos. A autarquia não explicou por que será possível reduzir as travessias apenas na Cristiano Machado e Vilarinho. Sobre o fato de não instalar novas passarelas, a BHTrans informou que muitas pessoas se recusam a usá-las e que as faixas são mais confortáveis e seguras.

Circulação

Dados. Segundo a BHTrans, passam 125 mil veículos por dia na avenida Cristiano Machado, 80 mil na Antônio Carlos e 45 mil na Pedro I. O Move deve transportar cerca de 700 mil usuários/dia.

Outros fatores

Conta. Ônibus. Como forma de compensar o aumento de semáforos nas avenidas Antônio Carlos e Pedro I, a BHTrans informou que haverá uma redução expressiva na quantidade de ônibus nas pistas mistas. 

Na Antônio Carlos, a autarquia promete reduzir de 500 para pouco mais de 300 o número de coletivos por dia. Na avenida Cristiano Machado, será de 460 para 280.

Estratégia. A BHTrans esclareceu que o objetivo é tornar o transporte coletivo mais atrativo do que o individual, fazendo com que usuários dos carros migrem para os ônibus.

Segurança. Travessia.0 Para impedir o avanço de sinal vermelho nas faixas de pedestres, a BHTrans informou que todas as travessias do Move terão câmeras de monitoramento e radar.

Medo. Mesmo com a fiscalização, a aposentada Benedita Andrade, 72, disse que se sentiria mais segura na passarela, já que a Antônio Carlos tem tráfego muito intenso. “Nós idosos, principalmente, corremos muito risco. O sinal abre muito rápido para o carro e nós temos dificuldades para atravessar.”

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