sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Projeto da BHTrans mostra que BH terá menos pistas para os carros

Objetivo é privilegiar transporte coletivo, segundo a empresa que administra o trânsito na capital mineira, alterações serão realizadas em 30 vias

A Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) informou ontem o nome de sete das 30 vias da capital que terão pistas exclusivas para tráfego de ônibus. Entre o total de 100 km de faixas, estão as avenidas Portugal, Carlos Luz, Raja Gabaglia, Assis Chateaubriand e Nossa Senhora do Carmo (que terá ampliação do trecho exclusivo já existente) e as ruas Niquelina e Padre Eustáquio. O projeto objetiva diminuir o tempo de viagem dos coletivos, mas vai aumentar o tempo de viagem dos motoristas do carro, segundo engenheiros em trânsito.

“Para quem usa o transporte individual, o modelo não será vantajoso, mas o nosso objetivo é fazer com que o motorista do carro perceba que o transporte coletivo anda mais rápido e vale mais a pena”, afirmou o presidente executivo da Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU), Otávio Cunha, que articula com os governos a ampliação das pistas exclusivas para ônibus no país.

A BHTrans admite que a faixa exclusiva tem como objetivo privilegiar a circulação dos ônibus, que têm capacidade para 60 passageiros, enquanto o carro transporta, em média, 1,5 pessoa. “A gente tem a expectativa concreta de atrair o usuário do automóvel para o transporte público”, destacou Célio Freitas, diretor de planejamento da autarquia.

As pistas exclusivas devem ser diferentes dos corredores estruturantes construídos para o Move (nome dado ao BRT, sigla em inglês para transporte rápido por ônibus) nas avenidas Antônio Carlos e Cristiano Machado, que ficam nos canteiros centrais e têm barreiras de concreto separando carros de ônibus. “As pistas exclusivas são aquelas que ficam à direita da via, junto ao meio-fio, delimitadas por sinalização”, afirmou Cunha.

Polêmica. Chamam mais a atenção no projeto as ruas Niquelina e Padre Eustáquio, que têm apenas duas faixas de mão única. “Com tráfego pesado de carros e ônibus, essas vias são muito estreitas. O ideal é que elas fiquem como são, para não causar tumulto no local e nas adjacências”, criticou o engenheiro civil Dimas Alberto Gazolla.

Para ele, os motoristas dos automóveis já podem se preparar para ficar mais tempo no trânsito. “O impacto negativo para o carro é proposital, porque, para priorizar o transporte coletivo, é preciso prejudicar o transporte privado”, concluiu o especialista.

A BHTrans não informou detalhes de que como as faixas serão implantadas e quais são as demais vias incluídas no projeto.

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