sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Locadores abrem 44 mil ações de despejo em BH

Com os preços dos aluguéis nas alturas, subindo bem acima da inflação, o número de ações de despejo em Belo Horizonte aumentou 49,3% no terceiro trimestre em relação aos três primeiros meses do ano. Somente de julho a setembro, entraram na Justiça 17,56 mil ações de despejo. No ano, já são 44 mil ações de recuperação de imóveis alugados.

Além da inadimplência, outro outro fator para o aumento no número de ações é a defasagem dos preços dos aluguéis de contratos antigos. Como os valores dos aluguéis são reajustados pela inflação, os contratos antigos estariam defasados em relação aos valores de mercado, o que levaria locadores a pedirem os imóveis de volta.

Segundo levantamento da Câmara do Mercado Imobiliário e do Sindicato das Empresas do Mercado Imobiliário de Minas Gerais (CMI/Secovi-MG), de julho a setembro, foram registradas 337 ações revisionais de aluguel (que podem aumentar ou diminuir o valor).

“Vislumbro dois fatores preponderantes para esse cenário: a incapacidade dos inquilinos de manter o compromisso de pagamento e a maior profissionalização das imobiliárias, que contam com funcionários mais bem preparados para não tolerar muitos aluguéis em atraso, como acontecia antigamente”, afirma o Vice-presidente da CMI/Secovi, Fernando Júnior.

Contraponto

Quanto às ações de despejo de locadores interessados em reajustar os valores dos aluguéis, Fernando Júnior diz que a prática não é uma regra. “Um caso ou outro é claro que pode acontecer. Mas, no dia a dia, o que os proprietários querem é o imóvel alugado e com pagamento em dia”, diz o vice-presidente da CMI/Secovi.

De acordo com ele, o grande problema do setor está concentrado na dificuldade dos locadores de arcar com a evolução dos preços. Nos últimos dois anos, a variação do aluguel manteve-se acima da inflação. Apesar do salto, dados da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas Administrativas e Contábeis de Minas Gerais (Ipead) mostram que não houve alterações significativas na oferta de imóveis vagos.

“O mercado imobiliário de BH demanda ainda muitos imóveis. Houve, sim, um aumento na oferta, mas não temos estoque encalhado que pudesse gerar desequilíbrio na relação com a demanda. Normalmente, o imóvel que chega na imobiliária tem saída rápida”, afirma Fernando Júnior. 

Aluguéis acumulam alta de 4,6%

Nos nove primeiros meses do ano, os aluguéis residenciais em Belo Horizonte acumularam alta de 4,56%, enquanto a inflação no mesmo período foi de 4,17%, de acordo com o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado pela Fundação Ipead.

Em setembro, analisando o mercado por tipos de imóveis residenciais, a variação do aluguel foi de 0,4% para apartamentos, 0,92% para barracões e 0,62% para casas.

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