segunda-feira, 11 de julho de 2011

Fiscal "desaparece" e flagrante de infração vira rotina em BH










...





Desde que a Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) foi proibida de aplicar multas pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), em dezembro de 2009, a sensação de motoristas e pedestres é que os agentes de tráfego sumiram das ruas e avenidas da capital.
"Vou para o trabalho de bicicleta todos os dias e nunca vejo nenhum fiscal ajudando a organizar o trânsito", relata o projetista Luiz Carlos Ribeiro, 41, que trafega diariamente por cerca de 30 km pelas avenidas Tereza Cristina e do Contorno.


Por três dias, a reportagem de O TEMPO percorreu vários pontos com grande fluxo de veículos e constatou que muitos deles viraram "terra sem lei" devido à ausência do poder público.



Ao longo da avenida Raja Gabaglia, na região Centro-Sul, não havia nenhum agente e vários carros estavam estacionados em locais proibidos, impedindo o fluxo em uma das faixas.


Um veículo parado num ponto de ônibus na altura do número 3.502, onde também não havia fiscais, impedia que coletivos entrassem na baia de embarque, complicando a passagem de veículos por uma das duas faixas da via.

A situação se repetia na avenida Augusto de Lima, no Barro Preto, também na região Centro-Sul, onde um automóvel estacionado de forma irregular, junto ao canteiro central, travava o fluxo em uma das faixas.

Caos. A rua Pernambuco, na Savassi, região Centro-Sul da cidade, vira um verdadeiro festival de infrações nos horários de entrada e saída dos alunos do colégio Santo Antônio. Nenhum agente controla o trânsito no local, que recebe mais de 35 veículos escolares.

Placas indicam que, das 11h30 às 13h30, em alguns trechos, o estacionamento é exclusivo para as vans. Em outros horários, só é permitido parar por até dez minutos. Mas a maioria não respeita a regra, e as filas duplas viram uma constante.

Uma obra em frente à escola e a movimentação de clientes de quatro restaurantes da rua deixam a situação ainda mais tumultuada. "Nunca vejo nenhum fiscal aqui. A BHTrans relaxou", diz o motorista de escolar Antônio de Paula.

Segundo o engenheiro civil Dimas Gazolla, doutor em planejamento de transportes, a boa circulação depende da ação dos fiscais. O especialista ressalta que aplicar multas não é a única tarefa dos agentes, que devem também contornar conflitos em cruzamentos fechados e a formação de filas duplas, entre outros.

"Hoje, nosso trânsito tem três carências: melhores projetos de circulação, educação dos motoristas e presença de fiscais", avalia.

Números
R$ 12,8 mi foi o valor
arrecadado com multas no 1º trimestre, segundo a BHTrans
50.665 multas
foram aplicadas pela Guarda Municipal de janeiro a maio




...

Um comentário:

Anônimo disse...

A BHTrans tem personalidade jurídica privada. Não se pode transferir para o particular o poder de punir que é inerente à administração pública. Uma empresa de capital misto que trabalha sempre com fins lucrativos e que justifica isso dizendo que a arrecadação é totalmente revertida em campanhas educativas do trânsito. Onde estão essas campanhas educativas?
A industria da multa visa o lucro com baixa mão de obra. Radares de velocidade e registros de avanço de sinal é muito mais vantajoso para uma empresa de capital misto do que colocar seus fiscais nas ruas para educar o trânsito.

Esquerda ou Direita?? Qual o melhor caminho?

  Dizem que tudo ou quase tudo tem dois lados, e na vida política de uma nação não seria diferente, sendo que cada país, cada continente t...