quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Renato Teixeira faz show nesta quinta-feira no Palácio das Artes


Cantor diz que tem a música sertaneja no sangue, prepara três discos e defende o repertório de raiz

A história de Renato Teixeira com a música é antiga. Começou muito antes de Romaria, a canção que explodiu na voz de Elis Regina, em 1977, fazendo do paulista um compositor aclamado. Esse clássico da MPB soma nada menos de 500 gravações.

“Como um bom mineiro adotado”, conforme ele mesmo se define, Renato volta nesta quinta-feira a BH para fazer show no Palácio das Artes. Vai apresentar sucessos de carreira e destaques da chamada música folk brasileira.

Atualmente, ele se dedica ao novo disco, sem pressa. O álbum reunirá canções inéditas. Outro CD, em parceria com Almir Sater, também vem por aí. Animados com o sucesso de Amizade sincera 1, ele e Sérgio Reis preparam o nº 2. “Eu e Sérgio viramos uma espécie de curadores do repertório clássico sertanejo. Só está sobrando nois mesmo”, brinca Renato.

SANGUE

  Paulista de Santos, o compositor teve contato com os primeiros acordes dentro de casa, em Ubatuba. Nos fins de semana, seus pais e os tios costumavam se reunir para cantar, além de tocar viola e violão. Renato representa a quarta geração de músicos da família. “Está no sangue, faz parte da minha vida”, resume. 

O contato com o universo sertanejo de raiz – gênero do qual se tornou ícone – se deu em Taubaté, no interior de São Paulo, para onde ele se mudou, ainda adolescente, com a família. Renato trabalhava na Rádio Difusora e conheceu a dupla Luís e Teodoro – Os Turunas. Ficou sabendo da existência de um compositor chamado Anacleto Rosas, autor das famosas modas Mula preta e Cavalo preto, imortalizadas por várias duplas.

“O interessante de tudo isso é que no fim da década de 1950 a música sertaneja experimentava o declínio. De uma hora para a outra, Tonico e Tinoco, Tião Carreiro e Pardinho, Liu e Léo, Raul Torres e Florêncio – grandes intérpretes e compositores – começaram a ser discriminados. Pouco depois, babacas como o Flávio Cavalcante, por exemplo, chegaram a quebrar discos deles em seus programas de televisão”, relembra Renato.

SAMBA 

O autor de Romaria só assumiu de vez seu lado caipira na capital paulista, para onde se mudou em meados da década de 1960. Certo dia, ele e Marcus Pereira foram jantar na Galeria Metrópole. Pouco depois, chegaram Sidney Miller e Paulinho da Viola. Ao violão, Miller acompanhou Paulinho no sambaCoisas do mundo, minha nega. Foi aí que Renato teve o clique: assim como ocorrera com o carioca e o samba, sua verdadeira identidade estava na música caipira. 

“Alguns dias depois, compus Romaria. Com ela, ajudei a dar uma repaginada na música sertaneja. Mostrei ao Brasil que o dito caipira não era só aquele jeca-tatu que falava nois foi, nois vai, andava descalço e pitava cigarro de palha. Ele também está na literatura de Guimarães Rosa, na poesia concreta e no universo de Tarsila do Amaral”, conclui Renato. 
 
RENATO TEIXEIRA E BANDA
Palácio das Artes, Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro, (31) 3236-7400. Nesta quinta-feira às 21h. Setores 1 e 2: R$ 80 (inteira) e R$ 40 (meia-entrada). Setor 3: R$ 60 (inteira) e R$ 30 (meia).

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