segunda-feira, 5 de março de 2012

Falta de Respeito ao próximo.Baderna invade as ruas do Cidade Nova, em BH


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Do que adianta cobrar transparência e responsabilidade dos governantes se a própria população em sua maioria desrespeita o código mais obrigatório do convívio. O RESPEITO.

Muita bebida, som alto, pessoas urinando nas ruas, estacionamento em cima das calçadas e nenhuma autorização da Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). Essas foram as características do evento Bloco Cidade Love, organizado pela rede social Facebook, que reuniu ao menos 10 mil pessoas e causou transtorno aos moradores do Bairro Cidade Nova, na Região Nordeste da capital, no sábado, deixando rastro de muita sujeira nas ruas Deputado Bernardino Sena Figueiredo, Professor Amedée Peret e Avenida Júlio Otaviano Ferreira. Como as pessoas tomaram as ruas, moradores ficaram ‘presos’ dentro de suas casas. Ontem pela manhã, diante de tanto lixo, eles se reuniram em mutirão de limpeza para recolher o grande número de garrafas de vidro espalhadas por todos os lados.

A Polícia Militar culpou a organização do bloco, que mobilizou as pessoas pela internet sem autorização da prefeitura. “É uma grande irresponsabilidade. O evento não teve autorização devida e, por essa razão, a polícia desconhecia a festa”, disse o comandante do 16º Batalhão da PM, tenente-coronel Robson José de Queiroz, acrescentando que o gestor do turno que trabalhava no momento da confusão precisou mobilizar vários policiais para dar conta do tamanho do evento. “De fato ocorreram várias confusões, mas a PM avaliou que a melhor saída era garantir a segurança, em vez de pôr fim ao evento. Registramos boletim de ocorrência a ser encaminhado amanhã (hoje) ao Ministério Público mostrando que os organizadores fizeram um evento sem autorização.”

Até ontem à noite, um site que traz atrações culturais em BH mantinha o anúncio da festa, alardeando que “as ruas do Bairro Cidade Nova prometem se encher de alegria neste sábado, das 14h às 22h. São esperadas mais de 2 mil pessoas.” Segundo os moradores, algumas pessoas em nome da organização do evento até procuraram donos de casas e apartamentos, principalmente na esquina das ruas Bernardino Sena Figueiredo e Professor Amedée Peret pedindo autorização. “Eles disseram que seria uma espécie de ressaca do carnaval das 14h às 22h e não colocamos restrições”, contou a aposentada Ana Maria Parreiras, de 60 anos, cuja frente da casa concentrou o evento. No entanto, não foi o que se viu. O engenheiro Paulo Roberto Vasconcelos, de 66, garantiu que no início a festa corria sem problemas. “Não tinha muita gente e todos se comportavam bem. Porém, quando pararam os carros de som, aí a situação ficou insustentável. Duas turmas se formaram na Rua Amedée Peret e uma jogava garrafas de vidro na outra.”

Os responsáveis por um bar em frente ao Parque Ecológico do Bairro Cidade Nova, na mesma rua do evento, fecharam o estabelecimento assim que a multidão se formou. “A rua virou um campo de guerra. Resolvemos então fechar, por precaução. Vimos várias brigas que encheram o asfalto de sangue. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou a comparecer, mas o carro teve dificuldades para passar”, contou uma das proprietárias.

O momento mais crítico ocorreu por volta das 20h, quando a PM chegou e tirou os carros de som que atormentavam os moradores. Até a Igreja Santa Luzia foi prejudicada com a algazarra. “A missa das 19h foi celebrada com pouca gente, devido ao barulho ensurdecedor ao fundo”, disse padre Pedro Santos. “Um casamento estava marcado para as 20h30, mas as pessoas não conseguiram chegar e tudo se atrasou. Tive que conversar muito com a noiva para tentar contornar a situação”, acrescentou.

Ontem, a primeira atitude da síndica do edifício na esquina das ruas Amedée Peret e Bernardino Figueiredo, Claudilene Moreira, de 41 anos, foi telefonar para a Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) pedindo providências com relação à limpeza. “Eles pediram três ou quatro dias para limpar, então os cinco moradores do prédio resolveram adiantar o serviço. Os participantes da festa também quebraram uma pedra de mármore na entrada da garagem”, disse. Foram necessárias diversas caixas para acomodar as garrafas jogadas nas ruas. Tudo de vidro. Um dos moradores do condomínio, Antônio Andrade, de 67, confirmou que o transtorno foi geral. “Estava complicado até para sair a pé. Foi preciso negociar com as pessoas para que pudéssemos sair de nossas casas.”

Cancelamento
O estudante Augusto Figueiredo Rodrigues, de 18 anos, foi um dos que ajudaram na limpeza na tarde de ontem, com amigos de um grupo de jovens da Igreja Santa Luzia. Ele participou de boa parte do evento e contou que, “quando os organizadores souberam do veto do evento pela PBH, cancelaram a reunião pelo Facebook e espalharam cartazes pelas ruas anunciando o fim do bloco”, disse o estudante. Porém, cerca de 10 mil pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, já estavam mobilizadas. “Acredito que outras pessoas aproveitaram da situação em nome de outro bloco de carnaval para fazer a festa”, acrescentou o estudante Augusto.

A PBH informou que chegou a ser procurada para licenciar o evento, porém, como faltou o laudo do Corpo de Bombeiros, a licença foi negada. Segundo a administração municipal, os prejuízos serão avaliados e as punições cabíveis serão aplicadas de acordo com o porte do evento. O EM tentou entrar em contato com os responsáveis pelo Bloco Cidade Love, mas não encontrou ninguém, assim como na BHTrans, para responder às críticas dos moradores de que chamaram a autarquia e nenhum representante compareceu ao local.

Memória - Patrimônio atingido
No dia 12, um evento licenciado na Regional Centro-Sul da Prefeitura de Belo Horizonte com o nome 1º Concurso Mineiro de Marchinhas de Carnaval levou destruição à Praça da Liberdade, nos bairros Lourdes e Funcionários. A organização garante que prestou todas as informações à PBH sobre as atrações da festa, porém, a administração municipal diz que o show da banda Monobloco, que arrasta milhares de fãs por onde passa, não foi mencionado no licenciamento. O resultado foram cerca de 10 mil pessoas na praça e um rastro de destruição, com grama destruída, canteiros danificados, luminária arrancada, lixo espalhado, cheiro de urina por todo lado e lustres roubados no Museu das Minas e do Metal. A PBH multou os organizadores em cerca de R$ 1,2 mil por “realizar evento em logradouro público em desconformidade com a licença ou com as normas”, conforme o Código de Posturas.

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