Fonte: Blog Adriana Vasconcelos
O
PSDB reagiu rápido a estratégia do Palácio do Planalto de jogar para
cima da oposição um eventual recuo na sua promessa de reduzir em média
20% a conta de luz dos brasileiros.
A
medida foi anunciada em plena campanha eleitoral, na tradicional cadeia
nacional de rádio e TV que o presidente da República de plantão costuma
convocar na véspera da comemoração da independência do pais, embora o
benefício só fosse ser implementado em janeiro.
A
presidente Dilma Rousseff esqueceu-se, na ocasião, de explicar que a
medida estaria a adesão das empresas estaduais de energia de arcar com a
maior parte desta conta, sem que o governo federal abrisse de quase
nada da sua gorda fatia de impostos federais que pesam hoje sobre a
conta de luz de todos os brasileiros, não só de alguns.
A
iniciativa de Dilma foi encarada pelo mercado como uma repetição do
filme da Petrobrás, que perdeu para a Ambev na semana passada o posto de
maior empresa da América Latina, por conta das inúmeras intervenções
políticas em sua gestão.
Numa
clara demonstração de que as críticas feitas hoje à MP 579 não tem
nenhum viés partidário ou oposicionista, basta lembrar o que o
ex-presidente da Eletrobras no governo Lula, Luiz Pinguelli, Rosa disse
na semana passada: o governo corre o risco de não garantir a economia
anunciada para os consumidores, comprometer o fornecimento de energia do
país e ainda gerar desemprego.
O
fato é que os brasileiros merecem sim uma conta de luz menor. Mas é
fato que o setor de energia precisa também de mais investimentos. Haja
visto os sucessivos apagões que o Brasil tem enfrentado nos últimos
meses.
Em
Brasília mesmo, eles têm sido quase que diários. Cada dia em um bairro
ou área diferente, trazendo transtornos para o trânsito, comércio e até
mesmo para o setor público federal.
O
presidente nacional do PSDB, deputado Sérgio Guerra, divulgou nota
oficial cobrando que a presidente Dilma honre a promessa às vésperas do
primeiro turno das eleições municipais, caso contrário “será acusada de
estelionato eleitoral”.
Guerra
destacou que para tanto, bastaria que que o governo seguisse o exemplo
das administrações tucanas de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Lá, a
conta de luz, especialmente dos mais pobres, já é mais barata.
Em São Paulo e Minas, graças a isenção de ICMS garantida àqueles que consonem até 90kW/hora.
No Paraná, 200 mil famílias com renda per capita inferior
a um salário mínimo, que moram em casas de até 50 metros quadrados e
consomem até 100 kw/mês, estão isentas da conta de luz. Isso quer dizer
que a conta de luz dessas famílias é paga pelo Estado.
“Uma situação que não se repete em estados sob o comando do PT, como o Rio Grande do Sul’, alfineta ainda Guerra.
E
conclui: “Neste instante, o que está em discussão não é a redução das
tarifas de energia, com a qual nós concordamos integralmente, mas a
demagogia do governo.Afogado em notórias dificuldades, o PT recorre ao
falso argumento de que é o único que defende os pobres. Os ‘defensores
dos mais pobres’ estão a caminho da cadeia, punidos pela Justiça. Não
somos cúmplices daqueles que levaram a Petrobras à delicada situação em
que se encontra, nem tampouco dos que levaram a Eletrobras a perder, em
poucos dias, quase 50% de seu valor de mercado. O PT está em busca de um
discurso populista, sem a menor responsabilidade democrática”.
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