terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

“Dilma, a cesta básica e o PSDB”, por Thelma de Oliveira


No ano passado, tive a oportunidade escrever um editorial em que cobrava da presidente Dilma Rousseff uma postura clara sobre as razões do seu veto à proposta do PSDB, aprovada pelo Congresso Nacional, de desonerar os produtos da cesta básica nacional.

Passados cinco meses, a presidente Dilma tenta procurar desculpas para o seu veto e, de maneira oportunista, reabre a discussão com o objetivo de tentar capitalizar para si e seu governo os dividendos políticos da medida, se ela de fato ocorrer como prometido para 1º de maio. Em poucas palavras, fazer demagogia com a pobreza alheia. E com a ideia de outro partido, que não o dela.

Ela também tenta inserir a desoneração dos produtos da cesta básica nacional dentro de sua política anti-inflacionária  E, desse modo, tentar reverter a tendência do seu governo de promover, não só a volta da inflação, como também a volta daquele que tentou, tentou, mas não fez o Produto Interno bruto (PIB) crescer. Ficou no “pibinho”.

É claro que a atitude da presidente Dilma é anacrônica, partidária e oportunista. Como ela mesma gosta de relembrar, seu governo é o de continuidade petista de oito anos de poder central. Portanto, faz 10 anos de governo federal e em nenhuma ocasião colocaram na mesa como tema de discussão com os estados, de maneira séria, a desoneração dos produtos da cesta básica nacional.

Para não sancionar o artigo 77, da Lei 12.715/2012, de autoria do tucano Bruno Araújo(PE), inspirado na experiência mineira do governador Aécio Neves, a presidente Dilma, justifica nos dias de hoje, que está revendo a composição dos produtos da cesta básica. Mera desculpa, mero oportunismo.

De fato, o texto legal que a instituiu já carrega algumas décadas em sua história, mas isso de maneira alguma pode servir de desculpas para não sancionar o artigo 77 do parlamentar tucano, aprovado por unanimidade pelo Congresso Nacional, a não ser por isso: foi oPSDB quem fez a proposta correta, no tempo exato para concretizá-la.

Se sancionada naquela época, a lei já teria melhorado a qualidade de vida de milhões de brasileiros, especialmente àqueles que a presidente Dilma e seus anteriores governos petistas tanto apregoam.

A inflação também não teria alcançado os índices alarmantes que tem apresentado nos últimos meses porque, como se sabe, os alimentos pesam na balança e no bolso da população. Só quem está no poder por tantos anos é quem não a sente porque é custeado pelo dinheiro público – é só ver os absurdos valores dos cartões corporativos.

Como bem definiu o nosso senador Aécio Neves, o DNA de “oposição raivosa” do PTfalou mais forte na faixa presidencial de Dilma Rousseff. O que, rigorosamente, não é surpresa em se tratando de uma petista. É só recorrer à memória política do país: eles não assinaram a Constituição de 88, foram contra o Plano Real, a Lei de Responsabilidade Fiscal e tudo de bom que os tucanos construíram (ou ajudaram a construir) na vida política recente do Brasil. O PT, para eles, está acima dos interesses da população.

De qualquer modo, como não somos daqueles que “quanto pior, melhor”; como não somos “oposição raivosa”; e nem nos incluímos no grupo que ela mesma define como “aqueles que são sempre do contra, estão ficando para trás”, saudamos a postura da presidente Dilmade finalmente aceitar nossa sugestão tucana. Mas precisa de humildade, de reconhecer os erros e dar o crédito a quem de direito.

Nós, tucanos, estamos sempre à frente, quando se trata de cuidar e cuidar bem do povo brasileiro, especialmente os mais necessitados. Esperamos que a presidente da República, do alto do seu cargo, no dia 1o de maio, não só cumpra a sua promessa mas que agradeça, ao vivo e para todo o Brasil em cadeia de rádio e televisão, ao partido que lhe deu a ideia: o PSDB!

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