PMDB começa a apresentar a fatura para Dilma para 2014

Prestes a enfrentar um articulado Aécio Neves em 2014, a presidente Dilma Rousseff começa a afundar em seu próprio buraco. Ao abrir mão do diálogo e se apegar no apoio fisiológico de alguns partidos, ela agora se vê acuada e sem forças para barrar abusos e exigências descabidas. É algumas legendas, como o PMDB, já perceberam isso claramente.

A declaração do líder do PMDB na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), publicada pelo jornal Folha de S. Paulo chega a espantar pelo tom ameaçador com que ele fala em relação à presidente Dilma Rousseff. Ele teria dito que ela deveria recompor “seu governo em função do processo eleitoral, de quem vai estar ou não a apoiando”.

Dilma herdou de seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, um arco de aliança gigantesco. Chegou ao Palácio do Planalto tendo uma oposição praticamente isolada e restrita ao PSDB, DEM, PPS, PSOL e alguns parlamentares que não baixaram a cabeça à imposição de seus partidos, como é o caso dos senadores Jarbas Vasconcelos(PMDB/PE) e Pedro Simon (PMDB/RS).

Não muito afeita ao diálogo e sem conseguir esconder sua aversão ao debate político,Dilma governou por dois anos surfando na crista do bom desempenho da economia nacional e mundial. Se preocupou inicialmente em traçar, na surdina, a queda de alguns ministros que foi obrigada a engolir a força. Nunca se deu bem em cumprir os acordos firmados pelo PT.

Hoje, às vésperas de uma nova eleição e tendo Aécio Neves como principal adversário para 2014, ela não se deu conta do buraco que cavou embaixo dos próprios pés: está refém de um partido que nunca escondeu que suas paixões e namoros partidários são ditados pelo interesse. O PMDB amou Dilma, enamorou, casou, mas agora cobra a fatura por tanta dedicação.

O PSB, o PDT e agora a REDE de Marina Silva já abocanham boa parte do apoio que Dilma tinha e agora não tem mais. A presidente Dilma terá de abrir a gaveta de cargos públicos para segurar seu “noivo de aluguel” pelo menos até 2014 contra Aécio Neves.

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