quarta-feira, 30 de outubro de 2013

"Tarado do Dona Clara" é reconhecido por 27 vítimas de abuso sexual

O auxiliar administrativo Marcel Barbosa dos Santos, de 30 anos, foi localizado depois que militares do 13º Batalhão da PM identificaram a motocicleta usada nos ataques a adolescentes nos bairros Dona Clara, Jaraguá, Santa Rosa, São Luiz e Ouro Preto.

O homem que espalhou pânico entre mulheres na Região da Pampulha, em Belo Horizonte, chamado de “tarado do Dona Clara”, foi preso no fim da tarde de ontem. O auxiliar administrativo Marcel Barbosa dos Santos, de 30 anos, foi localizado depois que militares do 13º Batalhão da PM identificaram a motocicleta usada nos ataques a adolescentes nos bairros Dona Clara, Jaraguá, Santa Rosa, São Luiz e Ouro Preto. Levado para a sede da unidade policial, ele confessou as agressões e alegou que teve surto psicótico, já que quando criança sofreu abuso sexual.

Entre as 20h e as 23h, 27 vítimas de Marcel estiveram na sede do 13º BPM. Segundo a polícia, elas não tiveram dúvidas em apontá-lo como o criminoso. A maioria tem 16 e 17 anos, mas há uma criança de 12 e uma jovem de 24 anos também. “Eu estava com uma amiga no Jaraguá, quando ele parou a moto e me pegou pelo braço. Consegui me soltar e ele arrancou a moto e ficou olhando para trás e debochando”, contou a garota de 12 anos, atacada na sexta-feira.

Outra vítima, de 16 anos, que viu o agressou sem capacete, revelou: “Eu estava chegando em casa, vindo da escola, quando ele desceu da motocicleta e fingiu que estava tocando o interfone numa casa. Quando passei, ele me agarrou por trás, me deu uma gravata e enfiou a mão debaixo de minha saia. Comecei a gritar pelo meu pai e quando escutou um barulho no portão da minha casa, ele me largou e fugiu na moto.”

O deboche era comum depois dos ataques, segundo as adolescentes. De acordo com o capitão Waldemiro Gomes de Almeida, desde que surgiram as denúncias, usando uma motocicleta da marca Dafra, de cor escura, o serviço de inteligência (P2) passou a monitorar possíveis suspeitos. “Tínhamos informações de duas letras da placa da moto (HH), e dois números (35). Fizemos checagem das possíveis combinações de placas de motos com a mesma característica. Constatamos que havia uma denúncia de um ataque a uma mulher no Ouro Preto, cuja placa batia com a do acusado.”

Militares foram ao prédio onde Marcel mora de favor, no Jaraguá. Ele é solteiro, mas tem uma namorada há 10 anos. Segundo a PM, ele disse que quando era criança seus primos o obrigavam a fazer sexo oral. Desde setembro, ele alega ter surtado e começado a atacar as mulheres pela manhã quando iam para a aula ou na hora do almoço. Marcelo foi levado para o plantão da Delegacia Seccional de Venda Nova, mas, como não foi preso em flagrante nem havia mandado de prisão, poderia ser solto.

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