Artigo do senador Aécio Neves
Senador
Aécio Neves traz, em sua coluna semanal da Folha, um sério alerta sobre os efeitos
do consumismo como única política pública do PT
O senador Aécio Neves, líder da oposição
brasileira, traz em sua coluna desta segunda-feira, no jornal Folha S. Paulo,
uma importante análise sobre a falta de austeridade no caminho escolhido pelo
PT para chegar ao crescimento econômico. A falta de uma visão de que as duas
questões – austeridade e crescimento – caminham juntas vem retardando uma
solução para a crise na Europa, mas pior do que isso, pode ser fatal num futuro
próximo em países que vivem a ilusão da normalidade econômica em função do alto
nível de consumo interno.
Não apenas o senador Aécio Neves, no seu papel de
líder da oposição, mas diversos economistas e até mesmo a história recente
mostram que a opção pelo crescimento embasado na liquidez financeira para
embalar o consumo é um caminho acentuado para o fundo do poço quando o país não
trabalha paralelamente a redução de seus gastos públicos.
Será tão diferente o momento vivido pelo Brasil daquele que precedeu a
grave crise norte-americana de quatro anos atrás? Não houve lá, como aqui, uma
enxurrada de crédito no mercado para estimular o consumo da classe média como
forma de salvar a desaceleração do PIB?
Para uma população que se acostumou a viver na estabilidade econômica
desde a implantação do Plano Real e que viu seu poder de compra aumentar nos
últimos anos, o consumo de bens é a realização de um sonho e por isso, não lhe
cabe a análise sobre o eminente perigo de um processo de desindustrialização
que ronda o Brasil.
O governo federal se apoia neste momento de euforia do consumo interno
para encontrar soluções mais fáceis para atingir suas metas de PIB. Se existe
uma massa disposta a evitar o controle de seus próprios gastos em prol da
realização do sonho do carro ou do smartphone, por que o PT optaria pela
austeridade nos gastos públicos?
Aécio Neves, líder
de uma oposição infinitamente menor do que a base de apoio à presidente Dilma, fez em
sua coluna da Folha S. Paulo o que centenas de economistas, jornalistas
especializados e professores vêm fazendo há algum tempo: tentou abrir os olhos
da sociedade para o perigo de compactuar com um governo que a usa como massa de
manobra, fazendo do consumismo o pão e o circo.
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