terça-feira, 29 de maio de 2012

Consumismo: pão e circo



Artigo do senador Aécio Neves


Senador Aécio Neves traz, em sua coluna semanal da Folha, um sério alerta sobre os efeitos do consumismo como única política pública do PT

O senador Aécio Neves, líder da oposição brasileira, traz em sua coluna desta segunda-feira, no jornal Folha S. Paulo, uma importante análise sobre a falta de austeridade no caminho escolhido pelo PT para chegar ao crescimento econômico. A falta de uma visão de que as duas questões – austeridade e crescimento – caminham juntas vem retardando uma solução para a crise na Europa, mas pior do que isso, pode ser fatal num futuro próximo em países que vivem a ilusão da normalidade econômica em função do alto nível de consumo interno.

Não apenas o senador Aécio Neves, no seu papel de líder da oposição, mas diversos economistas e até mesmo a história recente mostram que a opção pelo crescimento embasado na liquidez financeira para embalar o consumo é um caminho acentuado para o fundo do poço quando o país não trabalha paralelamente a redução de seus gastos públicos.

Será tão diferente o momento vivido pelo Brasil daquele que precedeu a grave crise norte-americana de quatro anos atrás? Não houve lá, como aqui, uma enxurrada de crédito no mercado para estimular o consumo da classe média como forma de salvar a desaceleração do PIB?

Para uma população que se acostumou a viver na estabilidade econômica desde a implantação do Plano Real e que viu seu poder de compra aumentar nos últimos anos, o consumo de bens é a realização de um sonho e por isso, não lhe cabe a análise sobre o eminente perigo de um processo de desindustrialização que ronda o Brasil.

O governo federal se apoia neste momento de euforia do consumo interno para encontrar soluções mais fáceis para atingir suas metas de PIB. Se existe uma massa disposta a evitar o controle de seus próprios gastos em prol da realização do sonho do carro ou do smartphone, por que o PT optaria pela austeridade nos gastos públicos?

Aécio Neves, líder de uma oposição infinitamente menor do que a base de apoio à presidente Dilma, fez em sua coluna da Folha S. Paulo o que centenas de economistas, jornalistas especializados e professores vêm fazendo há algum tempo: tentou abrir os olhos da sociedade para o perigo de compactuar com um governo que a usa como massa de manobra, fazendo do consumismo o pão e o circo.

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