Abel Braga, técnico do Flu, acaba de vencer o Campeonato Brasileiro e
já disse que espera uma valorização por seu trabalho. Atualmente, o
treinador recebe cerca de R$ 400 mil mensais do clube carioca e seu
forte patrocinador. Segundo o portal UOL, o Internacional, insatisfeito
com o rendimento de Fernandão no fim deste campeonato, quer Abelão de
qualquer maneira no próximo ano. Para isso, fez uma proposta impensável:
R$ 900 mil por mês.
Arrisco-me a dizer que nunca um treinador recebeu uma proposta
salarial tão alta no Brasil. Felipão, técnico que teoricamente teve o
maior salário da história do futebol brasileiro no Palmeiras, recebia
pouco menos que isso até meses atrás (cerca de R$ 700 mil).
Como Abel, recebem Luxemburgo e Muricy, outros treinadores
consagrados. A questão não é a qualidade deles. Eles são os melhores de
sua categoria profissional no Brasil, portanto devem receber os melhores
salários que os clubes podem pagar. Porém, o meu ponto é: eles merecem
ser tão valorizados quanto os jogadores?
Na minha opinião, quem valoriza o espetáculo são os atletas, e não os
técnicos. Os treinadores organizam a equipe, aprimoram fundamentos
(função que deveria ser muito mais da base), motivam os jogadores e dão
seus pitacos nas contratações. É uma função importante, mas não se pode
pagar a ele o que se paga ao melhor jogador do time. A dimensão não é
essa. Neymar é mais importante que Muricy para o Santos, assim como Fred
para Abel no Flu, Bernard e Ronaldinho para Cuca no Galo, Lucas para
Ney Franco no São Paulo e assim por diante.
Há quem diga que o chefe deve receber mais do que seu subordinado. Na
arte e no esporte, a ordem não é essa. Se formos nessa linha, já que o
os clubes brasileiros são sociedades ou associações, a maior figura
remunerada do futebol é a do diretor. Então ele deveria ganhar mais do
que o técnico, que deveria ganhar mais do que os jogadores. Alguém acha
que isso seja o ideal?
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