Fábrica de chips idealizada nos anos 90 tem parceria com Eike, IBM e governo
Ribeirão das Neves, na região metropolitana de Belo Horizonte, deu um
grande passo para se tornar um dos polos tecnológicos mais importantes
não só do país, mas de toda a América Latina. O motivo de tanto otimismo
é a construção, no município, da mais moderna fábrica de semicondutores
(chips) do hemisfério Sul.
A fábrica terá investimento total de R$ 1 bilhão e as obras, que já tiveram início, devem durar até o fim de 2014. A expectativa é gerar 300 empregos - a maior parte deles de profissionais altamente qualificados.
Obsessão do governo federal e do setor privado, o projeto só se tornou viável após uma delicada costura na composição acionária. A SIX, empresa do grupo EBX, de Eike Batista, foi criada para tocar o negócio. A SIX e o BNDESpar, braço de participações acionárias do BNDES, terão, cada um, 33% de participação na nova companhia. Cada um investiu R$ 265 milhões. O BNDES ainda financiará R$ 267 milhões, sendo R$ 65 milhões por meio do BDMG, que terá 7,2% das ações.
Os sócios privados são a norte-americana IBM, com 18,8% das ações, a construtora Matec, com 6,7%, e a WS-Intecs, empresa de tecnologia comandada por Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volkswagen do Brasil, com 1,53%.
Durante a solenidade que oficializou o lançamento da nova companhia, na manhã de ontem, na sede do BDMG, em Belo Horizonte, o vice-presidente executivo da SIX Semicondutores, Frederico Blumenschein, citou a nova companhia como exemplo bem-sucedido de parceira público-privada. "É um exemplo perfeito. A (presidente) Dilma teve esforços pessoais, ainda como ministra de Minas e Energia", disse. A própria Dilma anunciaria a indústria, mas sucessivos problemas de agenda acabaram deixando a presidente fora do evento.
"Conseguimos o licenciamento ambiental em menos de quatro meses. É um case nacional de agilidade e imagino que não tenha precedentes no país", disse Blumenschein.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, também enumerou as qualidades do projeto. "Quando ouvi pela primeira vez sobre essa fábrica, eu ainda era secretário de Finanças do então prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro. Considero uma mudança de paradigma não só para a indústria mineira, mas para toda a indústria brasileira". O presidente de honra do grupo EBX e pai de Eike Batista, Eliezer Batista, brincou que o "empreendimento está condenado ao sucesso".
Mercado. A empresa pretende inserir o Brasil em um mercado que, em 2011, movimentou US$ 300 bilhões. Na balança comercial do ano passado, o déficit no setor de componentes eletrônicos foi de US$ 30 bilhões. A empresa fabricará chips para aplicações industriais e médicas. Cerca de 80% da produção deverá ser exportada.
A fábrica terá investimento total de R$ 1 bilhão e as obras, que já tiveram início, devem durar até o fim de 2014. A expectativa é gerar 300 empregos - a maior parte deles de profissionais altamente qualificados.
Obsessão do governo federal e do setor privado, o projeto só se tornou viável após uma delicada costura na composição acionária. A SIX, empresa do grupo EBX, de Eike Batista, foi criada para tocar o negócio. A SIX e o BNDESpar, braço de participações acionárias do BNDES, terão, cada um, 33% de participação na nova companhia. Cada um investiu R$ 265 milhões. O BNDES ainda financiará R$ 267 milhões, sendo R$ 65 milhões por meio do BDMG, que terá 7,2% das ações.
Os sócios privados são a norte-americana IBM, com 18,8% das ações, a construtora Matec, com 6,7%, e a WS-Intecs, empresa de tecnologia comandada por Wolfgang Sauer, ex-presidente da Volkswagen do Brasil, com 1,53%.
Durante a solenidade que oficializou o lançamento da nova companhia, na manhã de ontem, na sede do BDMG, em Belo Horizonte, o vice-presidente executivo da SIX Semicondutores, Frederico Blumenschein, citou a nova companhia como exemplo bem-sucedido de parceira público-privada. "É um exemplo perfeito. A (presidente) Dilma teve esforços pessoais, ainda como ministra de Minas e Energia", disse. A própria Dilma anunciaria a indústria, mas sucessivos problemas de agenda acabaram deixando a presidente fora do evento.
"Conseguimos o licenciamento ambiental em menos de quatro meses. É um case nacional de agilidade e imagino que não tenha precedentes no país", disse Blumenschein.
O ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, também enumerou as qualidades do projeto. "Quando ouvi pela primeira vez sobre essa fábrica, eu ainda era secretário de Finanças do então prefeito de Belo Horizonte, Célio de Castro. Considero uma mudança de paradigma não só para a indústria mineira, mas para toda a indústria brasileira". O presidente de honra do grupo EBX e pai de Eike Batista, Eliezer Batista, brincou que o "empreendimento está condenado ao sucesso".
Mercado. A empresa pretende inserir o Brasil em um mercado que, em 2011, movimentou US$ 300 bilhões. Na balança comercial do ano passado, o déficit no setor de componentes eletrônicos foi de US$ 30 bilhões. A empresa fabricará chips para aplicações industriais e médicas. Cerca de 80% da produção deverá ser exportada.
Setor espera o fim das importações
A
implantação no país de uma fábrica de semicondutores - componentes
eletroeletrônicos para dispositivos industriais - atende a uma demanda
antiga do setor produtivo, refém do mercado externo. "Atualmente todos
os componentes eletrônicos precisam ser importados", diz o
vice-presidente da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e
Eletrônica (Abinee), Ailton Ricaldoni Lobo, também diretor da regional
mineira.
O dirigente diz que a fabricação em grande escala de chips no Brasil pode, de fato, representar um novo paradigma da indústria brasileira, mas desde que o país não seja apenas importador de tecnologia. "O importante é que o Brasil passe a produzir e desenvolver essa tecnologia, e não apenas seja um montador de produtos", diz.
De acordo com o presidente da IBM Brasil, Rodrigo Kede Lima, empresa que é uma das sócias da SIX, haverá um intercâmbio entre profissionais brasileiros e norte-americanos. "Antes mesmo da produção começar, 20 engenheiros farão um estágio na matriz da IBM", revelou. (PG)
O dirigente diz que a fabricação em grande escala de chips no Brasil pode, de fato, representar um novo paradigma da indústria brasileira, mas desde que o país não seja apenas importador de tecnologia. "O importante é que o Brasil passe a produzir e desenvolver essa tecnologia, e não apenas seja um montador de produtos", diz.
De acordo com o presidente da IBM Brasil, Rodrigo Kede Lima, empresa que é uma das sócias da SIX, haverá um intercâmbio entre profissionais brasileiros e norte-americanos. "Antes mesmo da produção começar, 20 engenheiros farão um estágio na matriz da IBM", revelou. (PG)
UFMG vai criar especialização
Para
atender à demanda da indústria por mão de obra qualificada, foram
firmadas parcerias com instituições de ensino do Estado. "O esforço é
para criação de mão de obra de tecnologia. A UFMG vai lançar cursos de
mestrado e especialização em semicondutores", diz o vice-presidente
executivo da SIX, Frederico Blumenschein. "Além disso, vamos nos
esforçar para repatriar talentos brasileiros que precisaram sair do
país".
Com previsão de início de produção no começo de 2015, a SIX Semicondutores será a primeira fabricante privada de semicondutores no Brasil. Em 2008, o governo federal criou o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), instituição administrada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.
Além da SIX, que está sendo instalada em Ribeirão das Neves, o Estado deve ganhar também uma unidade da portuguesa Nanium, que assinou protocolo de intenções de R$ 100 milhões para a criação de uma unidade em Juiz de Fora. (PG)
Com previsão de início de produção no começo de 2015, a SIX Semicondutores será a primeira fabricante privada de semicondutores no Brasil. Em 2008, o governo federal criou o Centro Nacional de Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec), instituição administrada pelo Ministério de Ciência e Tecnologia.
Além da SIX, que está sendo instalada em Ribeirão das Neves, o Estado deve ganhar também uma unidade da portuguesa Nanium, que assinou protocolo de intenções de R$ 100 milhões para a criação de uma unidade em Juiz de Fora. (PG)
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