segunda-feira, 19 de novembro de 2012

Júri de Bruno começa hoje


Fonte: www.otempo.com.br 
 
Depois de muito mistério, acusações, juras de inocência, depoimentos contraditórios e disputas de vaidade, o goleiro Bruno Fernandes e outros quatro acusados de participação no desaparecimento e morte de Eliza Samudio começam a ser julgados, hoje, no Fórum de Contagem, na região metropolitana da capital. A última reportagem da série especial que O TEMPO publica sobre o caso mostra como será um dos julgamentos de maior repercussão na história brasileira.

A sessão começa com o sorteio dos sete jurados. Eles dirão se os réus são culpados ou não e serão escolhidos em um grupo pré-selecionado, de 25 pessoas comuns que se candidatam para a tarefa ou foram convocadas aleatoriamente pela Justiça.

O duelo entre acusação e defesa, previsto para durar até três semanas, será decisivo para que o corpo de sentença formule um veredicto. De um lado, o promotor Henry Wagner diz ter provas suficientes de que Bruno seria capaz de ordenar a morte da ex-namorada, e que o fez. "Ele é um anti-herói, um falso ídolo e vou provar isso aos jurados", afirma.

Do outro, um batalhão de 15 advogados tentará convencê-los de que a moça está viva e que as acusações de homicídio, sequestro e cárcere privado são falsas. Além de Bruno, serão julgados o amigo dele, Luiz Henrique Romão, o Macarrão, a ex-mulher do goleiro, Dayanne Souza, a ex-namorada dele, Fernanda Gomes de Castro, e o ex-policial civil Marcos Aparecido dos Santos, o Bola.


Depoimentos. Os primeiros a falar são as testemunhas de acusação. Entre elas, estão a servidora pública Renata Garcia, que acompanhou o depoimento do primo de Bruno, menor na época do crime, Jorge Rosa Sales. Ela deverá atestar que ele revelou o crime sem ser coagido. Também estão na lista a delegada Ana Maria Santos, que participou das investigações, um agente penitenciário e o ex-motorista de Bruno, Cleiton Gonçalves.

Logo depois, as testemunhas da defesa serão interrogadas e, por último, os réus terão a palavra. Na sequência, acusação e defesa farão o debate que deve durar 14 horas ininterruptas. Ao fim, os jurados darão a sentença e a juíza Marixa Fabiane Rodrigues fará vai calcular as penas, se eles forem condenados.

Ao contrário do que muitos filmes costumam mostrar rotineiramente, os jurados não debatem entre si o veredicto. No fim do debate, eles recebem cédulas com diversas perguntas, como, por exemplo, se o acusado teve participação na morte de Eliza, se ela foi sequestrada, mantida em cárcere privado, e se os réus tiveram participação nos crimes.

O voto é secreto. Durante todo o julgamento, os jurados ficam totalmente incomunicáveis. Eles dormem em hoteis e não têm direito a telefone, televisão ou internet. 


Defesa pode evitar opinião feminina
Os advogados e a promotoria podem recusar até três candidatos. Hoje, entre os 25 jurados, estão 12 homens e 13 mulheres. No grupo, estão cinco professores, quatro comerciantes, três bancárias, um segurança, dois agentes comunitários, dois servidores públicos, dois aposentados, um autônomo, um gerente, um técnico de laboratório, um mecânico industrial, um auxiliar administrativo e um auxiliar de secretaria.

A Justiça divulga o nome e a profissão dessas pessoas, mas, segundo o advogado e professor da PUC Minas Marcelo Peixoto, alguns defensores aprofundam a pesquisa na internet. "Nesse caso, a defesa dos réus pode evitar mulheres que poderiam se identificar com a vítima", disse. Os advogados não quiseram revelar quais serão suas estratégias. 
Polícia reforça segurança perto do fórum
A previsão da Polícia Militar é que cerca de 2.000 pessoas estejam concentradas, hoje, nos arredores do Fórum de Contagem. Uma operação especial de segurança e trânsito foi preparada para que o julgamento não atrapalhe a rotina de quem circula na região.

Quarenta e cinco militares reforçarão o policiamento. As ruas em frente e na lateral do fórum foram isoladas. Dentro do prédio, houve uma preparação especial. O lugar passou por obras para conter goteiras, problemas elétricos e para refazer a pintura.

Cento e vinte pessoas acompanharão o julgamento: 50 jornalistas, dez parentes dos réus e a mãe de Eliza, Sônia Moura, acompanhada de sua advogada. Os outros lugares serão para estudantes de direito e advogados pré-cadastrados. (TT)
 

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