segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Consumidor está à mercê de posição dos planos de saúde


A "Semana do Médico" começa com expectativas em Minas Gerais. A categoria, que suspendeu o atendimento aos segurados dos planos de saúde em 10 de outubro, aguarda até a próxima quinta-feira, dia 18 de outubro, por um retorno das operadoras com relação à principal reivindicação da categoria: o reajuste nos honorários médicos.

Em Minas Gerais, 27 mil médicos atendem por meio de planos de saúde. Na capital, 1,28 milhão de pessoas são assistidas por esses convênios.

De acordo com o presidente da Associação Médica de Minas Gerais (AMMG), Lincoln Lopes Ferreira, se os planos de saúde não sinalizarem com uma possibilidade de reajustes em consultas e procedimentos, a paralisação pode se estender por tempo indeterminado.

O movimento é nacional e, em alguns Estados, está programado para durar até o próximo dia 25. Minas escolheu o dia 18 para uma avaliação dos rumos do movimento porque nesta data é comemorado o "Dia do Médico".

Lincoln Lopes informou que, das mais de cem operadoras de saúde que atuam em Minas Gerais, apenas a Unimed havia acenado, até o fim da semana passada, com a possibilidade de um reajuste de 13%, em novembro, nos procedimentos médicos. Atualmente, o valor médio pago por uma consulta médica pelos planos de saúde é de R$ 46,12.

O presidente da AMMG ressalta que as baixas remunerações acabam refletindo na qualidade do serviço prestado. Segundo Lincoln, para complementar a renda, muitos médicos estão aumentando a carga horária para 62 horas semanais, em até três vínculos de trabalho. Os atendimentos particulares acabam sendo priorizados.

Para o gerente do Procon da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, Gilberto Dias, o movimento dos médicos por melhores salários é válido, no entanto, o consumidor acaba inevitavelmente sendo prejudicado.

Com a paralisação dos médicos, as consultas agendadas para o período de 10 a 18 de outubro estão sendo transferidas para outras datas. Muitos atendimentos estão sendo remarcados para o próximo ano em função da falta de disponibilidade nas agendas dos médicos. 

Quem insiste em se consultar paga R$ 80 pelo atendimento, pega o recibo e depois tenta o reembolso por meio dos planos de saúde.

Mesmo antes do movimento dos médicos, agendar consultas por meio de planos de saúde já vinha exigindo paciência dos consumidores. Pesquisa recente realizada pela Associação Brasileira de Defesa do Consumidor (Proteste) mostra, por exemplo, até 210 dias de espera por uma consulta com um clínico geral.

De acordo com a Proteste, quanto maior o número de clientes em uma operadora de plano de saúde, maior o tempo médio para agendamento de consultas e procedimentos.

Segundo pesquisa da Proteste com 500 associados de planos de saúde, o consumidor leva, em média, 16 dias para agendar consultas e nove dias para conseguir realizar procedimentos ambulatoriais ou exames.

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