sexta-feira, 19 de outubro de 2012

ONS prepara esquema especial de consumo de energia para final da novela "Avenida Brasil"

"Avenida Brasil" já atingiu a carga de 4,4 mil megawatts, em julho, que significa um aumento de consumo equivalente ao Estado do Paraná ou a cidade do Rio de Janeiro

O Operador Nacional do Sistema (ONS), órgão que coordena a operação da energia elétrica no Brasil, prepara um esquema especial para o último capítulo da novela "Avenida Brasil", na noite desta sexta-feira. A expectativa é que as pessoas adiem para logo depois da novela atividades que normalmente fazem antes ou durante o folhetim, o que gera um efeito chamado "rampa de carga", nos minutos seguintes ao término de transmissões com grande audiência, como o capítulo que será exibido hoje.

De acordo com órgão, o fenômeno acontece porque as pessoas retomam suas atividades normais - como tomar banho, acender as luzes da casa ou abrir a geladeira - simultaneamente em um curto espaço de tempo. Segundo o operador, haverá folga na geração das usinas e nas linhas de transmissão para dar conta do aumento súbito do consumo de energia elétrica que deve ocorrer nos oito minutos após o fim da novela. A concentração do consumo nos primeiros oito minutos depois do capítulo final de "Avenida Brasil" requer um rápido equilíbrio entre a demanda e a carga de energia, informa o ONS.

"O rápido crescimento de consumo de energia em um curto período de tempo causa sensibilidade ao sistema de transmissão. A geração tem de ser aumentada rapidamente e por isso já trabalhamos com folga nas unidades geradoras, para que haja o aumento no fluxo das linhas", explica o ONS. O órgão disse, no entanto, que não há risco de apagão, e a expectativa é que tudo ocorra sem nenhum impacto no suprimento.

O efeito já foi verificado, por exemplo, em jogos de Copa do Mundo e final de outras novelas, como  "Caminho das Índias", quando a carga no minuto seguinte ao fim das transmissões variou de 4 a 6 mil megawatts. De acordo com o ONS, a novela "Avenida Brasil" já atingiu a carga de 4,4 mil megawatts, em julho, que significa um aumento de consumo equivalente ao Estado do Paraná ou a cidade do Rio de Janeiro. "É como se a cidade inteira do Rio de Janeiro se acendesse de uma só vez", explica o ONS. 

Conta de luz mais cara

A situação precária dos reservatórios das usinas hidrelétricas brasileiras levou o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) a acionar, ontem, as termelétricas a óleo, a segunda opção de geração de energia mais cara do país. Com isso, no ano que vem, a conta de luz dos brasileiros poderá ficar mais salgada.

Entre o fim de setembro e 17 de outubro, o nível de armazenamento nas usinas do Sudeste e do Centro-Oeste caiu de 47,89% para 41,8%. No mesmo período, nas usinas localizadas no Sul do Brasil, a água acumulada baixou de 44,78% para 38,01% e no Norte as reservas caíram de 51,19% para 37,39%. Somente no Nordeste a situação melhorou, e os reservatórios saíram de 42,63% para 46,40%, mesmo assim porque usinas como Três Marias, no Rio São Francisco, em Minas Gerais, que ajudam a regular os reservatórios do Nordeste, aumentaram a vazão na tentativa de regularizar o fornecimento de energia na região vizinha. O Estado de Minas antecipou a gravidade da situação na semana passada.

“Face ao atraso das chuvas provocado pelo fenômeno climático El Niño, o ONS iniciou o despacho de 2.100 megawatts (MW) proveniente de termelétricas a óleo a partir de 18 de outubro (ontem)”, diz o órgão em comunicado. A medida visa evitar que seja ultrapassada a curva de aversão ao risco, que nas regiões Sudeste e Centro-Oeste está na casa dos 33% para setembro e de 28% para outubro. Esta é a primeira vez no ano que o ONS despacha as térmicas a óleo, que são acionadas por ordem de mérito, começando pelas mais baratas e chegando às mais caras.

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