quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Milton Nascimento faz 70 anos; relembre trajetória e escolha sua canção favorita do artista



A próxima sexta-feira, 26, marca sete décadas do nascimento de Milton Nascimento, um dos principais representantes da música mineira em todo o mundo. 

Nascido no Rio de Janeiro em 1942, o artista foi adotado pelos patrões de sua mãe biológica ainda na capital fluminense. Mudou-se para Três Pontas, no Sul de Minas, antes de completar dois anos. Desde que chegou, foi contagiado pelo espírito quase parnasiano do interior do estado, traduzido em suas obras pela contemplação das belezas naturais e o modo de vida simples do mineiro típico. 

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Ao lado do jovem pianista Wagner Tiso, outro dos filhos ilustres de Três Pontas, Milton tornou-se cantor desenvolto graças às performances em festas e bailes na região. A primeira canção gravada já completou 50 anos: Barulho de trem, de 1962, é uma amostra do trabalho precoce de Bituca, apelido que prevaleceria sobre o primeiro nome do músico entre os amigos de Belo Horizonte, para onde veio como estudante de economia. Em 1967, a parceria com Fernando Brant em Travessia conquistou a segunda colocação no Festival Internacional da Canção. A gravação em estúdio eternizou a interpretação única do cantor, que imprimia a melancolia dos jazzfingers norte-americanos a uma canção de apelo irrefreável aos ouvintes da MPB. O sucesso da faixa rendeu contrato para a concretização de um primeiro álbum, homônimo, sucedido por Courage (1968), Milton Nascimento (1969) e Milton (1970).

As parcerias com Lô Borges e seu irmão Márcio neste último disco servem como ligação entre a recém-consolidada carreira de Milton e a construção de sua obra prima. Quando migrou para a capital mineira, a primeira casa do compositor foi o Edifício Levy, no Centro — mas foi no Bairro Santa Tereza que o artista começou a crescer. Ainda antes do Festival da Canção, no encontro das ruas Divinópolis e Paraisópolis, endereço dos irmãos Lô, Márcio e Marilton, Milton Nascimento escreveu o primeiro conjunto de canções que integrariam o repertório do Clube da Esquina. Inspirados pelo som dos Beatles, os mineiros criaram trabalhos como Nada será como antes, Trem azul, Alunar e a emblemática Para Lennon e McCartney.  

Boa parte das primeiras composições nascidas em Santa Tereza já havia sido registrada nos álbuns de Milton quando chegaram ao grupo os amigos Flavio Venturini, Fernando Brant, Tavinho Moura, Beto Guedes e Toninho Horta, com sede de um novo projeto. Clube da Esquina, o disco, foi lançado em 1972.

A orquestração das faixas é assinada por Wagner Tiso, o mesmo companheiro de infância com quem Milton Nascimento dividia os palcos em Três Pontas. "Este disco foi um marco para mim como orquestrador. Foi a primeira orquestração que fiz para o Milton e acabou gerando uma carreira como orquestrador dos trabalhos posteriores dele, como O Milagre dos peixes e Minas", recordou o maestro em entrevista ao Estado de Minas.

A repercussão mundial das harmonização visionária de jazz, blues, Beatles e música popular que formam a base do disco transformaram a carreira de todos os artistas envolvidos no Clube da Esquina. Com Milton Nascimento não foi diferente: a obra é um dos principais marcos em sua carreira, que contabiliza quase trinta trabalhos em estúdio e diversas participações em faixas de artistas — sempre admiradores — de todo o mundo. 

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