Para reverenciar Ataulfo, vão subir ao palco, no Sesc Palladium, o cantor e compositor Vander Lee e a banda Dibigode. Ambos farão shows separadamente, com repertórios cantado e instrumental criados exclusivamente para o projeto.
“Apesar de termos muita influência de música brasileira, Ataulfo, especificamente, é uma novidade. A gente o conhecia muito superficialmente. Fizemos pesquisa e nos envolvemos com a sua obra e com o contexto daquela época. O resultado ficou tão bacana que as músicas que vamos apresentar devem fazer parte do nosso segundo disco”, avisa o baterista do Dibigode, Tiago Eiras.
O músico se surpreendeu com a criatividade do compositor. Lamenta o fato de, mesmo com trabalho tão extenso e importante, Ataulfo ter ficado um pouco esquecido. Para Tiago, o fato de o mineiro não ser um típico sambista, boêmio e malandro pode ter contribuído para isso.
“Ary Barroso costumava dizer que o Ataulfo foi o maior compositor brasileiro, mas infelizmente se tornou uma figura meio apagada. Tudo o que ele escrevia virava sucesso. Acredito que Amélia… foi o grande sucesso, sim, porém ele criou canções maravilhosas depois disso. Sua obra é grande obra”, destaca. Entre as composições que o Dibigode deve mostrar estão releituras instrumentais de Laranja madura, Mulata assanhada e Você passa eu acho graça.
Ataulfo Alves tinha estilo próprio de fazer samba e também para se vestir. Considerado um dos homens mais elegantes de sua época, com a “mineiridade” típica, sempre manso e tranquilo, ele introduziu novidades na música que vinha dos morros e subúrbios cariocas. Grande admirador do compositor, Vander Lee interpretará pérolas como O bonde de São Januário, Atire a primeira pedra, Ai que saudades da Amélia e Mais um samba popular. O cantor estará acompanhado dos músicos Mateus Baiense (bateria e percussão), Pedro Trigo (baixo), Lenis Rino (percussão), Warley Henrique (cavaquinho) e Leonardo Brasilino (trombone).
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