segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Quando o interesse individual sobrepõe o público: Derrotados nas urnas devem fazer corpo mole na Câmara


 Se depender da Câmara Municipal de Belo Horizonte, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) poderá ter dificuldade para aprovar os projetos de seu interesse ainda nesta legislatura da Casa. Comenta-se, nos bastidores, que existe um grupo de vereadores da base de Lacerda que não "fará força" para aprovar as propostas encaminhadas pelo Executivo. Os parlamentares que não conseguiram se reeleger estariam insatisfeitos com a falta de apoio do prefeito em suas campanhas.

"O resultado deu uma chacoalhada na Casa. Tem vereadores revoltados com o Executivo, pois não lhe deram suporte nas campanhas", disse um vereador da base, que pediu para não ser identificado. Dos 22 vereadores que foram derrotados no último dia 7 de outubro, incluindo os dois que não disputaram a reeleição, 16 fazem parte da base de Lacerda. Considerando os atuais 11 vereadores que integram partidos que, agora, fazem oposição à atual administração, o número de parlamentares é suficiente para derrubar qualquer tipo de projeto de lei no plenário da Casa.

Desde o início da campanha, alguns candidatos reclamaram, até publicamente, da falta de apoio do prefeito às suas equipes. O pagamento dos cabos eleitorais da campanha de Lacerda, que atrasou em alguns momentos, foi citado como um exemplo de problema.

"Acredito que a produtividade dos projetos do governo não será grande. O prefeito jogar proposta polêmica agora é um tiro no pé. Não vai haver boa vontade dos colegas para aprová-los", confessou um dos vereadores que conseguiu a reeleição. "A turma está com uma insatisfação danada", cutucou um vereador da oposição. 


Defesa. Apesar de a maioria dos parlamentares afirmar que o compromisso com o mandato é até o dia 31 de dezembro, grande parte deles admite escutar essas conversas nos corredores e na "Casa da Dinda" - anexo ao plenário, onde é servido o lanche.

O atual líder de governo, Ronaldo Gontijo (PPS), acredita que o prefeito não encontrará resistência na Casa. "Não acho que teremos dificuldades. Todos os projetos são de interesse da cidade, independentemente de ganhar ou não (a eleição), o vereador continua com o seu compromisso", afirmou.

Na avaliação de Gontijo, o que causou a renovação recorde de 53% na Câmara foi o desgaste do próprio Legislativo. "A legislatura não foi muito boa. Tivemos alguns deslizes, alguns projetos que causaram esse desgaste", analisou o vereador, que foi reeleito.

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