segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

Maria Bethânia resgata show de comemoração dos 35 anos de carreira, gravado em 2001


DVD tem participações especiais de Chico Buarque, Caetano Veloso e Gilberto Gil

O aniversário – 35 anos de carreira, celebrados em 2001 – era de Maria Bethânia, mas em Noite luzidia, o DVD que a cantora baiana está lançando agora, o grande presenteado, mais uma vez, foi o compositor brasileiro. Afinal, em toda a sua brilhante trajetória o que ela mais fez foi reverenciar a obra de autores de canções, seja de que gênero for, muitas vezes se responsabilizando por dar a elas a interpretação definitiva.

Que o diga Lenine, o pernambucano de quem Bethânia canta, no DVD,  Nem o sol, nem a lua, nem eu,da parceria com Dudu Falcão. “Sou um fazedor de canções, e como tal, meu objetivo é ouvi-las com intérpretes como Bethânia”, diz Lenine. Gravado ao vivo, em setembro de 2001, no célebre Canecão carioca, que já nem existe mais, Noite luzidia, vale lembrar, não tem nada a ver com Carta de amor, o mais recente show que Bethânia trouxe à capital, apesar de estar sendo lançado somente agora. 

Outro que deixa registrada no DVD a admiração pela cantora é o baiano Roberto Mendes (Noite de estrelas, com Ana Basbaum), que assume-se compositor estimulado por ela. “Todo o meu estilo de composição é influenciado por Maria Bethânia”, revela. De Adriana Calcanhotto (Depois de ter você) a Dorival Caymmi (Maricotinha), passando por Zé Keti (Opinião e Diz que fui por aí, esta em parceria com H. Rocha), por Dominguinhos (Lamento sertanejo, com Gilberto Gil), Roberto e Erasmo Carlos (As canções que você fez para mim), Renato Texeira (Juntar o que sentir), Chico César (Dona do dom) e Ana Carolina (Pra rua me levar, com Antonio Villeroy), entre outros, a intérprete faz do canto a tradução perfeita da obra do compositor brasileiro. Muitas das vezes em canções feitas especialmente para ela.

O irmão Caetano Veloso (Maria Bethânia, em versão instrumental, além de De manhã e a citação deAdeus, meu Santo Amaro), Gilberto Gil (Expresso 2222, Viramundo, com Capinam, e Se eu morresse de saudade) e Chico Buarque (Sem fantasia e A moça do sonho, com Edu Lobo, além da versão O sonho impossível, com Ruy Guerra), claro, estão no DVD, em que Maria Bethânia visita gerações variadas de autores. 

Os irmãos Dory e Nana Caymmi cantando com ela Maricotinha, de autoria do pai, com direito à participação de Moreno Veloso na percussão, é momento antológico. Assim como os números finais, oportunamente dedicados a Gonzaguinha (Começaria tudo outra vez, com direito à citação da Travessia,de Milton Nascimento, e O que é, o que é?).

Palavras e canções
Na época ainda sob a direção musical de Jaime Alem (também no violão e arranjos) – agora substituído pelo mineiro Wagner Tiso –, Bethânia cantou acompanhada de banda formada por João Carlos Coutinho (teclados), Marcio Mallard e Ricardo Amado (cordas), Rômulo Gomes (baixo), Daniel Garcia (sopros), João Castilho (guitarra), Reginaldo Vargas (percussão) e Carlos Bala (bateria). 

Nos extras, além dos depoimentos de muitos dos convidados, Edu Lobo (Beatriz) e Milton Nascimento (Canções e momentos, que, segundo diz, foi composta em Belo Horizonte, em homenagem à intérprete) vêm de bônus. A direção artística do show é de Bibi Ferreira, que confessa nunca ter visto “coisa” mais deslumbrante em cena do que a cantora baiana.

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