quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Capital tem primeiro réveillon com tempo seco em quatro anos

BH fecha dezembro com precipitações abaixo da média, mas previsão é de pancadas nos próximos dias. Calor e ruas desertas marcam início de 2013


A cidade amanheceu diferente do que de costume em 2013. Para começar, o sol brilhava, o que não ocorreu nos primeiros dias dos últimos quatro anos na cidade, marcados por chuva. Pelas ruas, quase ninguém. Às 10h13, uma senhora que voltava da caminhada no Parque Municipal atravessava sozinha a Avenida Afonso Pena, completamente vazia. Na Cristiano Machado, ao meio dia, ciclistas pedalavam sem precisar disputar espaço com o trânsito pesado comum em dia de semana.

Este réveillon foi o primeiro sem chuvas em Belo Horizonte desde a passagem de 2008 para 2009, quando dois adultos e uma criança morreram afogados em inundação na Avenida Tereza Cristina. Nos anos seguintes também houve registro de precipitações. A partir de hoje, porém, a expectativa é de que a capital mineira vá inverter a lógica da bonança pós-tempestade. Depois da calmaria de entrar em 2013 com muito calor e céu azul, a previsão do Climatempo é de pancadas de chuva, que já podem começar no final da tarde, o que coincidirá com o primeiro dia útil do ano, quando as pessoas retornam ao trabalho e ao volante de boa parte dos 400 mil veículos que circulam na área central de Belo Horizonte.

Segundo Marcelo Pinheiro, meteorologista do Climatempo, hoje ainda deve ser um dia de sol e calor, com temperatura chegando a 31ºC, mas pode haver pancadas de chuva no fim da tarde. “O tempo vai permanecer até domingo com cara de verão, quente e úmido”, prevê. “Mas deve haver chuvas fortes, com rajadas de vento e raios”, completa. A formação de nuvens no céu pode ser explicada pela chegada de uma frente fria que vem da Região Sul do país e se complementa com um canal de umidade proveniente da Região Amazônica. “Serão chuvas fortes, com rajadas de vento e raios”, completa.

Janeiro chega com chuvas, mas ainda não será suficiente para reverter o déficit registrado em dezembro. Dados do Climatempo mostram que o mês passado teve 142,9mm de chuva, 55% abaixo do normal esperado para os natais passados, que atingem em média 319,4mm de chuva. Na escala de 30 anos, dezembro sempre foi mais chuvoso que janeiro. Neste mês, porém, se forem confirmadas as projeções de hoje ao dia 15, o acumulado de chuvas pode atingir 155mm, ultrapassando dezembro. “Vamos ver se as previsões se confirmam, porque tem sido muito forte o bloqueio da pressão atmosférica para a chegada das frentes frias, que têm ficado retidas entre o Paraná e São Paulo, sem conseguir avançar muito. O fenômeno está relacionado ao aumento da temperatura do Oceano Atlântico”, explica Pinheiro.

Mudança de hábito Incomum para o período marcado pelas fortes chuvas, o calor fez com que o consultor de empresas Guilherme Dornas e a médica Ana Paula Alves Dornas aproveitassem o primeiro dia do ano com os filhos Lucas e Ana Luisa fora de casa. “Assim que eles acordaram, saímos. Almoçamos fora, fomos à Praça do Papa e optamos por um sorvete para refrescar”, conta a médica. Ainda de acordo com Ana Paula, as altas temperaturas têm transformado a rotina da família, possibilitando novos passeios e mais diversão no período de férias das crianças. “Temos conciliado as nossas agendas e aproveitando mais nossos filhos, mas também o próprio dia”, acrescenta Guilherme.

Ana Paula diz que apesar de esperados e bem-vindos, o tempo seco e o calor também se torna motivo de preocupação. “O calor é importante para que a gente consiga aproveitar melhor as crianças, mas o principal cuidado tem sido com a nossa hidratação. Além disso, o tempo pede também umidificador de ar, protetor solar e, claro, sorvete”, conclui.

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